Em 2008, o então ministro da Defesa da Colômbia e hoje candidato presidencial do uribismo, Juan Manuel Santos, viajou até Telavive para reforçar os laços de cooperação em matérias militar de segurança entre ambos os governos. As duas administrações assinaram um contrato para aquisição de 25 caças bombardeiro KFIR israelenses. O convénio foi aprovado pela Secretaria de Defesa dos Estados Unidos.

Nesse mesmo ano, The Jerusalem Post deu a opinião que, graças à gestão de Juan Manuel Santos, as relações entre Israel e a Colômbia tinham importância estratégica, já que Telavive se tinha convertido num dos principais fornecedores de armas e treino militar para combater a insurreição do país neogranadino.

Fontes do Exército israelense confirmaram que alguns do seus ex-oficiais superiores treinavam forças colombianas.

O diário israelense Maariv disse numa reportagem que militares na reserva trabalhavam com as suas empresas como mercenários, e oferecem os seus serviços por salários entre os 5.000 e os 8.000 dólares mensais.

No relato biográfico escrito por Maurício Aranguren, o chefe paramilitar Carlos Castaño afirmou que, em 1983, foi clandestinamente treinado em Israel para organizar a sua própria organização terrorista na Colômbia.

«Sob a cobertura de um estudante de ciências na Universidade Hebreia de Jerusalém, liguei-me a um grupo de outros latino-americanos durante um ano numa “escola privada” onde, ao abrigo de um programa secreto com o número de código 562, alguns veteranos do Exército israelense instruíram o grupo nos detalhes da guerra, da geopolítica, do comércio internacional de armas, como comprar espingardas, operações psicológicas e contra-terrorismo e os fundamentos das armas nucleares», escreve-se no livro.

Procurados pela Interpol

«Por solicitação do governo colombiano, em 2002 a Interpol emitiu três mandatos de captura. Actuei com licença e permissão da Colômbia».

Em 2008, Klein foi capturado em Moscovo. A Colômbia pediu a sua extradição. Em Abril deste ano, o Tribunal Europeu dos Direitos do Humanos recusou a entrega de Klein à justiça colombiana porque «corria o risco de ser torturado».

Na Colômbia actuam mercenários e assessores israelenses contratados directamente pelo Executivo.

Na base de Tolemaida, em Cundinamarca, encontra-se um grupo de elite israelense. Devido às críticas que despertaram estas contratações, o então ministrop Juan Manuel santos reiterou à revista Semana: «Eles não têm nada a ver com operações».

Tudo aponta para a reestruturação da inteligência. Tolemaida é é uma das sete bases militares previstas pelo acordo de segurança com os Estados Unidos.

Organizações dos direitos humanos denunciaram a crueldade das práticas que os comandos israelenses ensinaram às autodefesas colombianas. A activista Gladys Olivero, de Colombianos e Colombianas pela Paz expressou: «O ataque á Flotilha da Liberdade é uma prova mais do apodrecimento do sionismo internacional que estendeu os seus tentáculos a todos os apíses do mundo e, através de organismos como a Mossad, está a actuar na América latina e no Caribe. Na Colômbia minaram a colocação de espias e estão a amparar e treinar o paramilitarismo.

As criminosas práticas dos serviços israelenses na Palestina são as mesmas que fazem na Colômbia.

Juan Manuel Santos, que provavelmente ganhará a segunda volta nas eleições presidenciais da Colômbia no próximo dia 20 de Junho, afirma sentir-se por dizerem que «a Colômbia é o Israel da América Latina».

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* Membro da Comissão Política do Partido Comunista da Venezuela

Este texto foi publicado em:

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Fonte: ODiario.info

Tradução de José Paulo Gascão