A explicação para isso está no compromisso do governo Lula em fazer com que a maior expansão da economia possa gerar o saldo de maior quantidade de empregos, que somente no período de 2008-2010 pode chegar a 7,5 milhões de novas ocupações. Algo muito distinto da medíocre expansão de somente 796,9 mil novos empregos acumulados entre 1995 e 2002, quando se dizia que os novos empregos somente viriam com as reformas neoliberais. Do universo ocupacional atualmente criado, dois terços pertencem ao setor terciário da economia (comércio e serviços em geral), acrescido de quase um terço de novas contratações impulsionadas pelo setor secundário (indústria e construção civil).

O setor primário (agricultura e pecuária) responde por 5% do total das novas ocupações em todo o país. Ademais, destaca-se que quase 80% das vagas abertas concentram-se na faixa de remuneração mensal de até três salários mínimos, o que evidencia o fortalecimento da formalização do emprego na base da escala social do país.

Em resumo, o governo Lula poderá finalizar o seu mandato com taxa de desemprego próxima de 5% do total da População Economicamente Ativa (PEA), o que representaria quase a metade da verificada ao final do neoliberalismo no Brasil. Após duas décadas de grande sofrimento do povo trabalhador, o país teria condições de retornar ao quadro socioeconômico que antecedeu o desastre neoliberal.”

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* Extraído do capítulo “Novo ciclo do desenvolvimento para valorizar o trabalho”, de Marcio Pochmann, no livro Desenvolvimento, trabalho e renda no Brasil: Avanços recentes no emprego e na distribuição dos rendimentos (Coleção Brasil em Debate,Vol. 2, Editora Fundação Perseu Abramo).

Fonte: Fundação Perseu Abramo