O novo relatório Perspectivas do Unaids lançado hoje mostra um projeto contra a aids, apelidado de “Tratamento 2.0”. Segundo o Unaids, as ideias poderiam reduzir drasticamente o número de mortes relacionadas à doença, assim como novas infecções pelo vírus.

Através de uma combinação de esforços, seria possível reduzir os custos do tratamento da doença, fazer com que eles sejam mais simples e inteligentes, diminuir a sobrecarga nos sistemas de saúde e melhorar a qualidade de vida das pessoas vivendo com HIV e as famílias desses cidadãos. Os estudos sugerem que, em comparação com abordagens atuais, o tratamento 2.0 poderia evitar 10 milhões de mortes até 2025.

Além disso, esta nova abordagem poderia reduzir o número de novas infecções por HIV em mais de um milhão a cada ano se os países fornecerem terapia antirretroviral a todos aqueles que necessitam, em consonância com as diretrizes de tratamento da Organização Mundial da Saúde. Atualmente, 15 milhões de pessoas precisam de tratamento, mas apenas cinco têm acesso a medicamentos que salvam vidas.

Para que os objetivos sejam atingidos no projeto Tratamento 2.0, o Unaids cita que alguns progressos são necessários no mundo:

– Criar melhores remédios, com menos toxidade e mais fáceis de serem utilizados. Também utilizar formas mais rápidas de conseguir detectar e diagnosticar novas infecções do HIV;

– Aumentar o acesso de antirretrovirais a todos que necessitam de tratamentos com remédios. Pessoas que utilizam os fármacos têm menos chances de transmitir o vírus, ou seja, quanto mais pessoas tratadas, menor o risco de infecção;

– Reduzir os custos financeiros de assistência e de remédios aos pacientes soropositivos;

– Incentivar mais a população a realizar testes de detecção do HIV;

– Envolver mais as comunidades em questões relacionadas à epidemia de aids.

Os jovens lideram a revolução da prevenção

Um novo estudo do Unaids mostra também que os jovens estão liderando a revolução da prevenção do HIV. A prevalência de HIV nesta população diminuiu em mais de 25% em 15 dos 25 países mais afetados pela aids.

Em oito países – Costa do Marfim, Etiópia, Quênia, Malauí, Namíbia, República Unida da Tanzânia, Zâmbia e Zimbábue – quedas significativas de prevalência de HIV têm sido acompanhadas por mudanças positivas no comportamento sexual entre os jovens.

Por exemplo, no Quênia, houve um declínio de 60% na prevalência de HIV entre 2000 e 2005. Da mesma forma, na Etiópia houve uma redução de 47% entre gestantes jovens nas áreas urbanas e uma mudança de 29% nas zonas rurais.

Os jovens em 13 países, incluindo os Camarões, Etiópia e Malauí, estão esperando mais tempo para se tornarem sexualmente ativos. E o uso de preservativos durante o ato sexual aumentou entre eles, de acordo com o Unaids.

Há cinco milhões de jovens vivendo com HIV em todo o mundo, perfazendo cerca de 40% das novas infecções.

Aids é um tema importante, destaca Unaids

O relatório Perspectivas do Unaids também inclui uma nova pesquisa global da opinião pública realizado pela Zogby International e Unaids, indicando que quase 30 anos após o início da epidemia da aids, regiões e países seguem considerando a doença um dos problemas mais importantes a serem enfrentados no mundo.

Além disso, uma análise econômica no mesmo documento argumenta que a saúde deve ser uma necessidade, não um luxo. O Unaids destaca que os países doadores devam continuar investindo contra a aids e faz um chamado para que as nações em desenvolvimento mais ricas invistam mais em HIV e saúde.

O relatório foi apresentado em Genebra, Suíça, às vésperas da XVIII Conferência Internacional de Aids, em Viena. O diretor executivo da Unaids, Michel Sidibé, salientou que a inovação na resposta à aids pode salvar mais vidas. “Para os países atingirem seus objetivos e compromissos de acesso universal, é preciso reformular a resposta à aids. Através da inovação, podemos reduzir os custos, assim os investimentos poderão chegar a mais pessoas”.

De acordo com estimativas da Unaids, no final de 2008, 33,4 milhões de pessoas viviam com HIV em todo o mundo. Nesse mesmo ano, havia cerca de 2,7 milhões de novas infecções e dois milhões de mortes por causas relacionadas à aids.

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A informação é da Agência de Notícias da Aids