Fundação Maurício Grabois promove debates IV Forum Social Américas
Estes são os temas em debate:
Governos de Esquerda e progressistas e integração solidária na América Latina
Resumo: Desde 1998 até 2009, forças políticas críticas ao neoliberalismo venceram as eleições presidenciais em diversos países da América Latina e Caribe. A coincidência destes governos, somada a mobilização social e a resistência cultural da esquerda latinoamericana, criou uma nova conjuntura na região. Quais as realizações destes governos? Quais seus desafios presentes e futuros? Em que medida estar no governo contribui para materializar os objetivos socialistas?
Participantes: Brasil – Valter Pomar, membro do Diretório Nacional do PT e secretário executivo do Foro de São Paulo); Cuba – Hector Fraginals, do Partido Comunista; Venezuela – Ana Elisa Osório , do Partido Socialista Unificado; Argentina – Jorge Kreyness, secretário de relações internacionais do Partido Comunista; e Paraguai – Hugo Ruiz Diaz Balbuena, assessor internacional da Presidência da República (a confirmar).
Brasil: transformações e desafios para o próximo período
Resumo: Neste painel será feito um balanço do governo progressista brasileiro de 2003 até os dias atuais na integração política na América Latina, na relação interna com os movimentos sociais e de trabalhadores, além dos desafios para os próximos anos.
Participantes: Fernando Apparício Silva – assessor especial do Ministro de Assuntos Estratégicos da Presidência da República do Brasil; Ricardo Abreu Alemão – secretário de Relações Internacionais do Partido Comunista do Brasil (PC doB) e presidente do Conselho Curador da Fundação Maurício Grabois; Valter Pomar – membro do Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores/PT e secretário executivo do Foro de São Paulo; Adeilson Teles – membro da Executiva nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e responsável pelo Mercosul/CUT e Nivaldo Santana- vice-presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) (atualmente no exercício da Presidência da CTB).
Defesa, segurança pública e luta contra o crime organizado
Resumo: A direita latino-americana e seus aliados na Europa e nos Estados Unidos desencadearam uma contra-ofensiva, cujo objetivo é recuperar a presidência em países governados pela esquerda. De diferentes maneiras, a direita teve êxito no Panamá, Honduras e Chile. Uma das cartas utilizadas pela direita é a pressão, inclusive militar, dos Estados Unidos. Outra é o discurso do medo, no qual a direita se apresenta como a única capaz de implementar uma política eficaz contra o crime. Frente a esta situação, a esquerda latino americana se vê diante de grandes desafios: elaborar e implementar uma política de defesa continental; elaborar e implementar políticas de segurança pública e luta contra o crime organizado. O que já foi feito a este respeito? O que falta fazer?
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Defesa da humanidade
Um comitê da rede de redes em defesa da humanidade foi constituída como parte do programa do Fórum. Intelectuais, artistas, profissionais, dirigentes políticos, camponeses e indígenas constituíram o capítulo paraguaio da rede surgida em 2003 por iniciativa de destacados intelectuais mexicanos e consolidada depois no Encontro Mundial de Intelectuais e Artistas em Defesa da Humanidade, com sede em Caracas, em 2004.
Este fórum opõe-se ao imperialismo e as suas políticas neoliberais, à guerra e ao terrorismo, aos projetos de padronização sociocultural e à monopolização do conhecimento, além de apoiar as lutas dos povos do mundo e os processos de mudança social. Assistiram ao ato constitutivo os prêmios Nobel da Paz Rigoberta Menchú e Adolfo Pérez Esquivel, além da docente e comunicadora argentina Estela Carlotto e o economista e sociólogo Atilio Borón.
Importante também é a proposta da Aliança Social Continental com o tema mudança climática "Para Cancún e para além": Estratégias dos movimentos sociais na luta frente à mudança climática após Cochabamba. Nos quatro dias de debate e reflexão serão desenvolvidos 10 painéis centrais e mais de 350 atividades autogestionadas.
Esta edição paraguaia do IV Fórum Social das Américas tem como objetivos centrais contribuir à construção de alternativas diante da globalização neoliberal e facilitar a articulação, encontro e alianças entre movimentos sociais, tendo em vista promover uma sociedade mais democrática, justa e igualitária, baseada em valores humanos.
Da mesma maneira que estimula a reflexão crítica sobre a situação do continente no contexto mundial, facilita o intercâmbio sobre experiências e lutas de resistência e recolherá propostas de alternativas. Contribuirá, também, ao fortalecimento das articulações entre movimentos e redes sociais das Américas.
A reunião de Assunção começou com uma marcha da qual participaram mais de 10 mil pessoas de diversos movimentos sociais e populares, coletivos, plataformas e organizações do continente e de outras partes do planeta. O desfile iniciou-se com um tributo das mulheres indígenas Bartolinas à Pachamama, para pedir permissão de maneira simbólica à mãe terra e realizar a caminhada.
A alegria, o canto e coros de homens e mulheres deram colorido à marcha. Exclamações de "abaixo as bases militares na Colômbia", e contra a guerra, ouviram-se durante o trajeto, enquanto outras vozes clamavam pela diversidade cultural e a certeza de que outra América é possível. A marcha percorreu cinco quilômetros, desde o Conselho Nacional de Desportos até o Centro Cultural El Cabildo, onde ocorreu o ato de abertura com uma atividade político-cultural.
O Prêmio Nobel da Paz Rigoberta Menchú, ao intervir, chamou a preservar o processo paraguaio e "a ter cuidado com os conspiradores". No Paraguai há um processo de mudança que antes não tinha, assinalou. Este evento, que se celebra a cada dois anos, se constituiu em um dos principais espaços para a construção de uma nova agenda global e cidadã, com a certeza de que outro mundo é possível e necessário. Com seus antecedentes em Quito 2004 (Equador), Caracas 2006 (Venezuela) e Cidade da Guatemala 2008 (Guatemala), o IV FSA chega ao Paraguai para fortalecer o intercâmbio de experiências, lutas, alternativas e do pensamento próprio que avançam hoje no que denominou José Martí "Nossa América".
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Com informações da Fundação Perseu Abramo e da agência cubana de notícias Prensa Latina