Cafezal- Imagem típica da região em que o autor nasceu e foi criado

No meu sertão a lua é mais branca.
Nasce com as estrelas, a pequena Jaci,
Percorre o céu, de Leste a Oeste,
Ilumina a mata, onde mora pererê saci,
Borda todo o céu, salpicado de estrelas,
Ouve-se uma viola, querendo entretê-las.
Tudo tenho; Naquele sertão que me conforta!
Meu sertão me conforta; fecho a minha porta,
E a noite me cobre, com seu negro véu,
E então, meu sertão se transforma num céu.
Os pirilampos fazem a festa, e os sapos,
Coaxam chamando toda a saparia.
A viola chora no peito de um matuto,
E a noite também chora e orvalha.
A cabocla sonha entre os caracóis,
Dos cabelos negros, como mortalha.
Ouvem-se estórias de um velho caduco…
Vê-se a fumaça de um café fresquinho,
E os matutos: uns cantam, outros jogam truco,
Sabem que o novo dia vem vindo devagarzinho.
Na manhã virginal, ouvem-se os pássaros primeiros,
Parte do coral canoro, orquestra de passarinhos,
Os matutos, cada qual, tomam seus caminhos.
As bênçãos de Deus são vistas no viço das plantas,
Lembro cafezais em flor que perfumam e acarinham,
-E as saudades desse velho são muitas; são tantas !!!!

 Antônio Carlos Affonso dos Santos – ACAS. É natural de Cravinhos-SP. É Físico, poeta e contista. Tem textos publicados em 7 livros, sendo 4 “solos e entre eles, o Pequeno Dicionário de Caipirês e o livro infantil “A Sementinha” além de três outros publicados em antologias junto a outros escritores.