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    Comunicação

    Poema condicional

    Se eu tivesse um verso agora o que poderiam as daninhas contra mim ou a favor? Se eu tivesse um verso agora esta falta de sementes no horizonte, estes papéis cabisbaixos, estas tontas ruas, estas pernas quietas e ombros não me manteriam calada, sem ar, sem tambores para as mãos, sem eira nem beira. Sem. […]

    POR: Redação

    1 min de leitura

    Se eu tivesse um verso agora
    o que poderiam as daninhas contra mim ou a favor?
    Se eu tivesse um verso agora
    esta falta de sementes no horizonte,
    estes papéis cabisbaixos, estas tontas ruas,
    estas pernas quietas e ombros não me manteriam calada,
    sem ar,
    sem tambores para as mãos,
    sem eira nem beira. Sem.
    O que sinto é um verso sem língua,
    a poesia sem boca na pronúncia de palavras
    e me torce a alma e aprimora os modos de vir ao chão
    medos tão incalculáveis.
    Como resolver as dobras? Como espantar os escuros
    e destampar o vão da noite para o dia clarear?
    Se eu tivesse um verso agora,
    Seriam as palavras, certas…
    Mas nem lembrei.

    Marta Eugênia é Especialista em Linguística e Professora de Língua Portuguesa na cidade de Arapiraca em Alagoas.