Paulo Abrão, Rafael Martinelli, vereador Eliseu Gabriel e Igor Grabois. Rafael Martinelli será o emissário da mensagem à família Prestes
“Desejo um povo mais solidário!!! Viva Luiz Carlos Prestes!!”, saudou Eliseu.

“O mais importante é a trajetória de luta do Prestes. Prestes e meu pai foram do mesmo Comitê Central por muitos anos. Representam toda uma geração que foi brutalmente atacada pela ditadura. Mauricio, Marighella, Mario Alves, David Capistrano, Pedro Pomar foram assassinados pela ditadura militar. Lembrar Prestes é lembrar também todos aqueles que deram seu sangue pela reconstrução da democracia no Brasil e por uma sociedade sem explorados nem exploradores”, ressaltou Igor Grabois, da direção nacional do PCB.

Durante a solenidade foi transmitido um filme de Ruy Santos com o comício de Prestes no Estádio do Pacaembu em 1945.

“Meu trabalho como homem de esquerda foi unificar categorias de luta: ferroviário, portuário, estivador, marinheiro. A gente sofria influência do Partido Comunista. Nós estamos homenageando um homem patriota, como a maioria das Forças Armadas é patriota”, opina o diretor do Fórum Permanente de Desaparecidos e Presos Políticos e ex-deputado Rafael Martinelli.

“Vejo que a figura histórica de Luiz Carlos Prestes simboliza uma síntese de uma série de valores que transpassaram gerações no Brasil e no mundo. Valores como a justiça, como a igualdade, a necessidade de constituir uma sociedade onde não haja necessariamente relações de classe. Um país que não conhece seu passado, seus ícones, nega a própria constituição da sua identidade coletiva”, salienta Paulo Abrão, presidente da Comissão de Anistia, do Ministério da Justiça.Nascido em Porto Alegre (RS), o engenheiro militar Prestes deu seu nome à Coluna que percorreu 25.000 quilômetros do território nacional em dois anos a partir de 1924. Adere ao socialismo em 1928, tornando-se um dos ícones da Internacional Comunista e do PCB. Foi dirigente da Aliança Nacional Libertadora (ANL). Sua esposa, a líder revolucionária alemã Olga Benário foi entregue pela repressão aos campos de concentração nazista, tendo sido assassinada.

A Fundação Maurício Grabois também esteve presente, homenageando "o líder popular que empolgou multidões nos anos 40 em prol de um Brasil mais justo, democrático e avançado", como descreve o membro do conselho curador da fundação, Walter Sorrentino.

O cavaleiro da esperança

Líder revolucionário comunista, conhecido como “Cavaleiro da Esperança” ou “O Velho”, como era chamado Luiz Carlos Prestes, chefiou Coluna Prestes e foi secretário-geral do Partido Comunista do Brasil (PCB).

Depois de nove anos na prisão, foi eleito senador. Acabou tendo seu mandato cassado, com o fechamento do Partidão. O PCB lidera a luta pela Petrobras, pelo desenvolvimento nacional, pelas reformas estruturais de base, e, enfim, por uma sociedade sem classes, pela ascensão do proletariado.

Prestes foi perseguido pela ditadura militar desfechada a partir de 1964 e se exilou na União Soviética. Retornou ao país em 1979 com a anistia política e rompeu com o PCB, por considerar a direção da época oportunista. O “camarada Prestes” faleceu em 1990.

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A informação é da Câmara Municipal de São Paulo