Depois de presa ilegalmente durante um ano, foi posta em liberdade a combatente da paz Elisa Branco. Seu aprisionamento resultou de uma medida policial e de um processo-farsa que só interessavam aos inimigos da paz, ao governo das atuais classes dominantes e aos imperialistas americanos, que ditam para a América Latina ordens terroristas contra os partidários da paz e da libertação nacional.

Embora solta por decisão do tribunal de justiça. Elisa Branco só recuperou a liberdade por que em seu favor se organizaram manifestações de massas em todo país. Os protestos surgidos de um extremo a outro do território nacional, as passeatas de rua, os comícios-relâmpago, as visitas de assembléias legislativas, a semana pró-libertação de Elisa Branco, a demonstração enérgica de presos na Penitenciária de São Paulo, chamaram a atenção de todo o povo para o crime que era manter presa uma cidadã que lutava pela paz.

As palavras de Elisa Branco na faixa que desfraldou no Vale do Anhangabaú a 7 de setembro do ano passado – OS SOLDADOS, NOSSO FILHOS, NÃO IRÃO PARA A CORÉIA – se popularizaram no Brasil inteiro. Cada patriota percebeu que aquela mãe traduzia os sentimentos de todas as mães brasileiras, aquela esposa expressava corajosamente o que pensam as esposas e noivas de todo o Brasil. E não foi por acaso que desta vez 0s juízes não se atreveram a manter a condenação de Elisa Branco mandando restituir-lhe a liberdade. Essa liberdade foi conquistada pela pressão de massas, foi o coroamento de um movimento de massas, apesar de todas as debilidades e da demora com que ele se desenvolveu.

A libertação de Elis Branco foi também uma vitória das forças de paz. Vem mostrar que os partidários da paz são invencíveis quando não recuam diante das ameaças dos negociantes de guerra, quando não se deixam intimidar pelas violências policiais e, adiante delas, tratam de fortalecer a frente da paz com a adesão de novos aliados.

No entanto, as prisões de Getúlio Vargas regorgitam de presos políticos. Continua preso em Recife o combatente da paz e da libertação nacional, Agliberto Azevedo, vítima da inominável provocação encomendada pelas autoridades militares norte-americanas interessadas em ocupar nossas bases no nordeste. Em São Paulo, há dezenas de presos políticos condenados a mais de 100 anos de prisão. E Getúlio ainda manda acelerar o processo imundo contra Luiz Carlos Prestes e outros signatários do Manifesto de Agosto de 1948, ditando uma ordem fascista de prisão preventiva contra o Secretário Geral do Partido Comunista.

Os combatentes da paz, os adversários do imperialismo norte-americano, não podem cruzar os braços diante de tais crimes contra a liberdade e contra os mais elementares direitos democráticos do nosso povo.

É nosso dever exigir a libertação de todos os presos políticos, reclamando para eles – ANISTIA. Anistia ampla e irrestrita para o bravo capitão Agliberto Azevedo e demais vítimas da política de reação policial e de preparação para a guerra seguida pelo governo de Getúlio Vargas, política que só serve aos interesses dos bandos imperialistas norte-americanos e que leva o povo brasileiro às portas da fome e da ditadura fascista.

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