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    Comunicação

    Morte em Maio (1986)

    Hoje o mês é de maio, O dia é azul-tristeza, Porque algo irreparável Acaba de acontecer: Faleceu CATARINA POMAR, Heroína humilde – Como tantas – Desse imenso Brasil. Já tinha partido Pedro Ventura F. De Araújo Pomar – o marido – Insigne revolucionário, Herói maior, Assassinado na Lapa, Num claro mês de dezembro, Pelos esbirros […]

    POR: Antônio Draetta

    Hoje o mês é de maio,
    O dia é azul-tristeza,
    Porque algo irreparável
    Acaba de acontecer:
    Faleceu CATARINA POMAR,
    Heroína humilde
    – Como tantas –
    Desse imenso Brasil.

    Já tinha partido
    Pedro Ventura F.
    De Araújo Pomar – o marido –
    Insigne revolucionário,
    Herói maior,
    Assassinado na Lapa,
    Num claro mês de dezembro,
    Pelos esbirros da defensa
    Dos biltres abutres.

    (Catarina:
    Suma – mulher, alicerce e grimpa,
    Chorou a morte, chorou,
    Mas, como de outras vezes,
    Enxugou as lágrimas,
    E prosseguiu na porfia.)

    Catarina de firme semblante,
    Testa ampla,
    Não só heróica porque Pedro,
    E também – porque Pedro –
    Permaneceu.
    Siga em paz para as estrelas,
    Heroína anônima:
    E que este poema
    Não seja a última lembrança
    – Para todo o sempre –
    De sua passagem por esta vida

    São Paulo 05/011/2002 (2ªed.)
    Antônio Draetta

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