No primeiro artigo, Investimentos em C,T&I ajudam o país a transformar conhecimento em riqueza, o ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, trata de alguns dos objetivos do Plano de Ação em Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Nacional PACTI/2007-2010, como o de transformar o conhecimento em produto ou processo de geração de riqueza, para que se promova “o excepcional desempenho da economia brasileira resultando em melhoria da renda da população e em redução das desigualdades”, diz ele.

Fábio Palácio, jornalista e membro da Comissão Editorial da revista, faz para Princípios uma entrevista com Luis Fernandes, presidente da Finep, que fala do processo de Inovação e desenvolvimento na sociedade do conhecimento. Fernandes faz uma análise desse processo nos países mais e menos desenvolvidos e a produção de riqueza. Em especial com relação ao Brasil ele aborda as conquistas e os desafios para impulsionar o desenvolvimento nacional.

O vice-almirante e diretor do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), Carlos Passos Bezerril, falou do Programa Nuclear da Marinha (PNM) e dos desafios de se defender um país com dimensões continentais como é o Brasil. A Marinha brasileira recorreu aos submarinos de propulsão nuclear como um meio eficiente e econômico de defesa da fronteira marítima brasileira, e, ainda, vem ampliando suas pesquisas em tecnologia e inovação como uma das dimensões estratégicas do desenvolvimento nacional, como explica Bezerril.

No quarto artigo, A resposta brasileira aos desafios energéticos, o pesquisador e diretor da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Allan Kardec, destaca o retorno econômico e social que podem ser alcançados com os investimentos feitos no desenvolvimento tecnológico e também destaca o protagonismo do Brasil em energia renovável e na prospecção de petróleo em águas profundas. Kardec afirma que “o país está na vanguarda tecnológica da produção e exploração de petróleo e gás natural em águas profundas e ultraprofundas, como o caso do pré-sal. Mais do que isso, o Brasil é hoje, na verdade, uma espécie de laboratório de uma mudança global no setor energético”.

Já Carlos Calmanovici, no artigo A inovação, a competitividade e a projeção mundial das empresas brasileiras, enfoca na questão da inovação como elemento central no desenvolvimento de um país, servindo, ainda, como atrativo à empresas e dando uma posição de destaque e liderança internacional. Para ele “à produção científica do Brasil, deve-se aliar, agora, a capacidade inovadora, colocando definitivamente o país num lugar relevante no mapa da inovação mundial”.

No sexto artigo Princípios publica um texto baseado no discurso do presidente da SBPC, Marco Antonio Raupp, proferido na cerimônia de abertura da 62ª SBPC na cidade de Natal (RN) em 2010. Raupp aborda A ciência face aos desafios nacionais fazendo considerações sobre os avanços e as conquistas da ciência brasileira nos últimos sessenta anos e as necessidades de o conhecimento científico contribuir com a sociedade e o desenvolvimento econômico, social, cultural e ambiental do país.

Elisângela Lizardo, presidente da Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), em seu artigo C,T&I no Brasil: grandes avanços e desafios ainda maiores, faz uma sucinta abordagem histórica do conhecimento científico no Brasil e aponta, com dados estatísticos, o aumento em investimentos para P&D no atual governo. “O país, entretanto, ainda tem desafios grandiosos na conquista de seu desenvolvimento soberano”, destaca Elisângela.

Voltado ao tema da educação Olival Freire Jr., professor do Instituto de Física da Universidade Federal da Bahia (UFBA), em seu artigo Ciência e educação na encruzilhada das eleições de 2010, destaca as expectativas otimistas sobre o desenvolvimento científico do país. Ao mesmo tempo em que assinala que a encruzilhada no desenvolvimento nacional está no investimento em educação, sendo assim, um desafio para os governos e para a sociedade brasileira.

No capítulo dedicado ao tema de meio ambiente a biológa e jornalista científica Verônica Bercth, em seu artigo Entre ursos e arbustos, apresenta os argumentos, as contradições e os conflitos no debate sobre as mudanças climáticas. O chamado “consenso científico”, como denomina o IPCC da ONU, tem apresentado modelos climáticos frágeis, levando a entendimentos disformes, de acordo com Verônica.

Lélio Silva, superintendente da Secretaria do Patrimônio da União do Pará (SPU-PA), em Ideologia na prática, discorre sobre o Projeto Nossa Várzea concebido por Neuton Miranda (gerente regional falecido no início deste ano) e equipe. Esse Projeto “materializa aspirações pela inclusão socioambiental das comunidades ribeirinhas secularmente excluídas da cidadania”.

No artigo São Paulo e a elegância de Adoniran, a jornalista Carolina Maria Ruy conta um pouco da história do criativo compositor e cantor Adoniran Barbosa, com seu estilo único. Com certo alheamento ao progresso e ao crescimento da capital paulista Adoniran Barbosa fazia suas músicas no compasso dos trabalhadores humildes, partindo, muitas vezes, de suas próprias experiências.

A professora Cristina Soreanu Pecequilo, doutora em Ciência Política, no artigo O primeiro biênio Obama: ensaios e realidades (2009-2010), discorre sobre certos distanciamentos entre os fatos de hoje e os discursos de campanha de Barack Obama em 2008. Para Cristina “o presidente sustenta uma trajetória aquém das expectativas que gerou, longe da crise que herdou, em meio a tentativas de renovação”.

Nessa edição temos a segunda parte do artigo A República Popular da China abre seu espaço do embaixador Amaury Porto de Oliveira sobre a China contemporânea que, ao se transformar e se fortalecer, exerce grande influência na dinâmica da realidade mundial.

Fechando a revista Adalberto Monteiro, editor de Princípios e presidente da Fundação Maurício Grabois (FMG), apresenta a resenha Desenvolvimento: síntese e caminhos novos do livro organizado por Aloísio Sérgio Barroso e Renildo Souza, Desenvolvimento: ideias para um projeto nacional.