No ano de 1990 eu estava desempregado: eu e mais de dois milhões e meio de brasileiros, por conta de um governo federal fraco e corrupto, que congelou a economia do país e tornou-se um fiasco. Os empregos, ainda que “temporários”, eram difíceis de conseguir.

      Por pura sorte, consegui um emprego semi-informal, subcontratado por um pequeno empresário e, portanto, por ele sendo explorado. – Mas, que fazer?

      A empresa era de origem alemã e ficava (fica ainda) na Marginal Pinheiros, ou Avenida das Nações Unidas, no bairro de Santo Amaro, em São Paulo. Eu morava na periferia e ia todos os dias até o trabalho, pilotando meu fusquinha 1975… .

      Num certo dia, choveu torrencialmente na cidade de São Paulo, coisa de 100 mm por metro quadrado (ou 100 litros para cada metro quadrado). Verdadeiro dilúvio!

      Mal saí do trabalho, constatei tristemente que a avenida, por onde eu teria que seguir, estava intransitável, devido a um enorme alagamento. Parei junto a outros carros numa espécie de dique seco, algo mais alto que o trecho pior da inundação. Pelo pequeno número de carros ali, constatei em conversas com os outros motoristas que às nossas costas também havia uma inundação, onde centenas de carros estavam pacientemente esperando as águas baixarem. Portanto essa era a situação: inundação às costas e inundação à frente!

      Quase todos os motoristas saíram de seus respectivos carros e formamos um bloco de pessoas que trocavam idéias, falávamos da nossa fragilidade diante das chuvas torrenciais, da engenharia, da prefeitura, dos políticos, dos habitantes que sujam as ruas e etc..

      Uma das pessoas mais animadas da conversa era uma moça, ainda jovem, que parecia ser passageira do carro que estava imediatamente à frente do meu, no interior do qual eu vislumbrava que havia ainda mais dois vultos. O motorista do carro era sisudo, porém o outro passageiro era uma pessoa afável, ainda moço, ligeiramente calvo. Em certo momento, ele se dirigiu à moça com quem eu conversava e pediu que ela entrasse em contato com o teatro, pois não poderiam atuar naquele dia, visto que já se passara muito tempo que ali estavam e que as águas pareciam não querer baixar o nível da inundação. A moça mostrou-se preocupada.

      Perguntei a ela de qual grupo de teatro eles pertenciam; ela respondeu-me que não era exatamente de um grupo de teatro, mas de uma equipe que havia recém chegado da Europa, onde nossa estrela remontou a peça “Dona Doida”. Eu sabia que havia uma peça em cartaz alguns anos antes e que a protagonista havia até ganhado prêmios (Moliére; creio). Pensei: só pode ser Fernanda Montenegro!

                                                       
                                FERNANDA MONTENEGRO, A PRIMA-DONA DAS ATRIZES BRASILEIRAS

      -Perguntei e a tal moça me respondeu concordando de que era ela mesma, em carne e osso, que estava no carro. Eles estavam hospedados no Hotel Transamérica, cerca de cem metros à frente; justamente onde a inundação era maior. Em verdade, a inundação não só não permitia acesso ao Hotel Transamérica pela Avenida Marginal, como as águas haviam invadido todo o jardim do hotel e, ao que parecia, chegava até à recepção do mesmo.

      Passadas uma hora e meia, mais um carro parou logo atrás do meu: era uma enorme carreta, da fábrica da Coca-Cola, devidamente carregada: na cabine estavam o Jesus, ajudante e Tonhão, o motorista. (soube os nomes, pois naquela situação, identificar-nos era a única coisa que podíamos fazer: nós todos éramos protagonista de uma situação desesperadora).

      O Jesus era branco e tímido. Tímido e franzino, com idade algo superior a cinquenta anos de idade. Já o Tonhão, bem merecia o epíteto: deveria pesar algo como cento e vinte quilos, e uma altura de, pelo menos um metro e noventa; e era negro e sorridente. Tonhão irradiava simpatia. 

      Uma hora após a chegada da carreta, percebemos que a água havia baixado um pouco; não muito: cerca de vinte centímetros, talvez. O Tonhão trocou umas palavras com o Jesus e os dois foram, a pé, fazer uma inspeção na altura da água da via. Quando voltaram tinham tomado uma resolução. Eles iriam tentar passar com a carreta, pois perceberam que do lado direito da via era pouco mais alto que do lado esquerdo; consistindo essa a tarefa que seria cumprida em seguida. A moça falante que fazia parte da “trupe” da atriz pediu a eles se não seria possível levar pelo menos a “dona” Fernanda até a entrada do hotel. Os dois trocaram olhares e disseram que sim.

      A moça e o rapaz (soube que era o diretor da peça), radiantes, correram até o carro , dentro do qual estava a atriz e expuseram o fato: ela desceu, de óculos escuros e meio sem jeito: eu até pensei: acho que é difícil para ela passar por um “aperto” desses,. A outra senhora resolveu esperar dentro do carro, ao ver o mar de água que havia pela frente. Quem assumiu a direção foi o Jesus, ele manobrou atrás de meu fusquinha e emparelhou com o carro da atriz. Coisa que eu não sabia: a atriz Fernanda Montenegro, que nas telas do cinema e da televisão nos parece uma mulher enorme, é ainda menos que minha esposa; creio que deva ter, no máximo, um metro e sessenta centímetros de altura. Daí veio o inusitado: o primeiro degrau da boléia ficava a uma altura de, no mínimo setenta centímetros e a atriz, de saias, não consegui subir. O Tonhão fez então algo maravilhoso: tomou-a nos braços e a depositou suavemente no assento da boléia, ao lado de Jesus. O Tonhão parecia mesmo o próprio anjo da guarda da atriz! Eu até pensei uma brincadeira: agora ela está ao lado de Jesus, portanto estará a salvo! (risos).

      Ato contínuo entregaram à atriz algumas pastas e bolsas dos seus colegas a trupe. O Jesus acelerou com insistência, talvez prevendo as dificuldades a que estaria exposto ao tentar ultrapassar aquele trecho de via inundado. O Tonhão sentou-se à porta, tendo a atriz entre ele e o Jesus. E a carreta foi atravessando, devagar; foi indo em meio às águas. Passado mais ou menos um minuto, a carreta parou defronte à entrada do hotel. 

      Não havia como manobrar para adentrar o jardim do hotel e chegar mais próximo da recepção. Do nosso posto, confabulávamos: que será que o Tonhão vai fazer para levar a dona Fernanda para o hotel?

      Passaram-se alguns minutos. De onde nós estávamos não era possível escutar as vozes dos três ocupantes da carreta; apenas ouvimos a aceleração exagerada do Jesus, com a carreta parada em meio às águas.

      De repente, a porta do lado do passageiro abriu-se com estrondo. De dentro da boléia, surgiu o corpanzil do Tonhão, que ficou plantado em meio às águas no meio da via.

      Mais alguns minutos, surgiu a figura frágil, mas resoluta da atriz, segurando as pastas e bolsas e com muito receio, nos parecia. Mais alguns instantes, entendemos o plano: o Tonhão encostou-se ao máximo da porta, estendeu os dois braços enormes e, naqueles braços aninhou-se, nada mais, nada menos que a maior atriz do Brasil, Fernanda Montenegro. Em seguida, o Tonhão cruzou a via, em direção ao hotel. O Tonhão (anjo da guarda) levou-a ao colo, até a recepção do hotel. Pelo que concluímos o trecho entre os jardins do hotel, ainda estava inundado e o Tonhão fez aquilo que qualquer mortal gostaria de fazer um dia: tomar seu ídolo no colo!

      Lembro-me bem daquele dia; àquela altura, o céu de São Paulo se desanuviou e se podia ver a lua em quarto crescente e abaixo dela uma estrela de raro fulgor. Mais abaixo, carregado nos braços de um anjo da guarda sem asas estava a estrela maior: Fernanda Montenegro!

      POSTFÁCIO

      Quando houve esse evento eu estava começando a escrever; já havia ganhado um concurso de literatura em Taboão da Serra. Em minha mente ocorreu-me a idéia de registrar esta ocorrência um dia.

      Demorou vinte anos para que isso pudesse ocorrer. Hoje é dia 13 de setembro de 210. 

      É possível que Fernanda Montenegro tenha esquecido o evento; o ACAS não!

      Em tempo, fiquei (amos) mais de uma hora ainda parados no local, quando as águas baixaram e pude (mos) seguir nossos destinos. Jamais vi pessoalmente Fernanda Montenegro depois desse dia. E nunca assisti à peça “Dona Doida”. O problema é social: os grandes atores fazem montagens apenas em teatros onde o pobre não tem vez (muito caros); e isso nem é culpa deles!

      ………………………………………………………………………………………………………….

      Quem é Fernanda Montenegro

      DADOS PESSOAIS

      Nascida Arlette Pinheiro Esteves da Silva nascida em 16 de outubro de 1929, num bairro perto de Cascadura, no subúrbio do Rio de Janeiro. Filha de uma dona de casa e de um mecânico formado, Fernanda Montenegro cresceu neste ambiente e freqüentou colégios públicos. Freqüentava também o sítio de seus avós, em Jacarepaguá. 

      ESTUDOS

      Com doze anos de idade, concluiu seu primário e dedicou-se a formação para o trabalho, matriculando-se no curso de secretariado Berlitz, que compreendia inglês, francês, português, estenografia e datilografia. E frequentava também o "curso de madureza" (espécie de supletivo) à noite, conseguindo concluir o equivalente ao ginasial em dois anos. 

      Aos quinze anos, Fernanda, quando ainda cursava o terceiro ano do curso de secretariado, inscreveu-se num concurso de locutora na Rádio Ministério da Educação e Cultura; fator que foi decisivo para a sua carreira. O concurso, chamado "Teatro da Mocidade", era voltado a despertar jovens talentos para o radialismo. Localizada na Praça da República, a Rádio situava-se ao lado da Faculdade Nacional de Direito da UFRJ, na qual funcionava um grupo de teatro amador dos alunos da faculdade, coordenado pelo professor Adauto Filho.

      Fernanda era amiga de Magalhães Graça e Valquíria Brangatz, ambos os alunos da Faculdade e colegas na Rádio. Fernanda passa então a integrar o grupo de teatro, participando da peça "Nuestra Natascha", de Cassona. Observador, o professor Adauto levou-a para participar de atividades no Teatro Ginástico.

      Atualmente Fernanda é viúva do ator Fernando Torres, com quem teve dois filhos: a atriz Fernanda Torres e o diretor Cláudio Torres; um dos sócios da Conspiração Filmes, produtora de publicidade e cinema.

     O NOME ARTÍSTICO

      O "nome mágico" Fernanda Montenegro apareceu pela primeira vez quando ela trabalhava no rádio, fazendo traduções e adaptações de peças literárias para o formato de rádio-novela. Não tinha 20 anos e, para completar o orçamento, ainda dava aulas de português para estrangeiros na Berlitz, mesma escola de idiomas em que aprendia inglês e francês. Na base da inspiração e, principalmente, da transpiração, Fernanda se projetou como uma das principais atrizes e pode, hoje, ser apontada como uma artista “self made woman”, que se fez por si própria. Junto com colegas do Rio de Janeiro e de São Paulo, tais como Sérgio Britto, Ítalo Rossi, e seu próprio marido; conferiu maior dignidade ao teatro brasileiro a partir da década de 50.

      CARREIRA

      A carreira artística de Fernanda Montenegro se divide entre o teatro, a televisão (atualmente vive o papel de Bette Gouveia, na novela “Passione”) e, nos últimos anos tem feito cinema com maior assiduidade. A estréia no teatro se deu verdadeiramente em 1950, na peça "Alegres Canções nas Montanhas", ao lado de Fernando Torres (14/11/1927 @ 04/09/2008). O relacionamento com o ator culminou num casamento que durou até sua morte, ocorrida em 2008. Da união, nasceram seus dois filhos, mencionados acima. Foi ainda no começo da década de 50, também, que teve seu primeiro contato com a televisão, trabalhando em teledramas, principalmente de cunhos policiais. 

      Fernanda utilizou esse tempo para aprimorar seus conhecimentos sobre o teatro e, a partir de 1952, definiu-se pelos palcos, sem pertencer, entretanto, a uma escola dramática definida. Em pouco tempo, tornou-se figura respeitada nacionalmente. Fez várias peças ao lado do marido e de atores como Sergio Britto, Cacilda Becker, Nathalia Timberg, Cláudio Correa e Castro e Ítalo Rossi, dentre outros.

      TEATRO

      Em mais de cinqüenta anos de carreira, participou de dezenas de espetáculos teatrais, interpretando de tudo: da clássica tragédia grega à comédia de boulevard, do musical brasileiro a espetáculos de vanguarda. Sempre ao lado de grandes nomes, do elenco à direção.

      O teatro, na verdade, jamais deixou de ser sua prioridade. Em 1982, ela ganhava, por exemplo, os prêmios Molière especial e de melhor atriz por sua atuação em "As Lágrimas Amargas de Petra Von Kant". São inúmeros os prêmios conquistados por Fernanda Montenegro ao longo de sua carreira teatral.
      Alguns deles estão mencionados abaixo. Por sua enorme expressividade, foi qualificada por um crítico como atriz dotada de "rosto de borracha", tamanha sua capacidade de mudar a expressão e de se adaptar às características do personagem, sempre de forma convincente.

      TELEVISÃO

      No começo da década de 60, já estabelecida em São Paulo, atuou na televisão (TV Tupi Difusora), recém implantada no Brasil, encenando mais de 170 peças no programa "Grande Teatro Tupi", de Gabus Mendes . A partir de 1963, começou participar de telenovelas. Mas foi somente a partir de 1979 que sua presença se tornou mais marcante na telinha. Fernanda tornou-se o nome preferido dos autores – e do público; tendo atuado em várias produções da Rede Globo, incluindo novelas, especiais e minisséries. 

      CINEMA

      Fernanda Montenegro estreou no cinema em 1964, quando atuou na adaptação do diretor Leon Hirszman de "A Falecida"; obra de Nelson Rodrigues. Mas foram poucas as suas participações no cinema, comparando-se com os trabalhos no teatro e mesmo na televisão. A mais notória, antes de "Central do Brasil", se deu em "Eles Não Usam Black Tie" (1980) do mesmo Hirszman. Fernanda atuou ao lado de Gianfrancesco Guarnieri e a produção ganhou, à época, o Leão de Ouro, como o melhor filme, no Festival de Cinema de Veneza.

      POLÍTICA

      Em 1985 foi convidada para participar da vida política, pelo então Presidente da República, José Sarney, para ser Ministra da Cultura. Obteve o apoio unânime de toda a classe artística e da opinião pública, mas recusou o convite por saber não ser essa a sua real vocação.

      AMEAÇAS

      Em 1979, ainda durante a ditadura militar no Brasil, Fernanda e seu marido foram alvo de um atentado por parte de um dos vários grupos paramilitares que atuavam com a conivência do sistema vigente. Saiu ilesa, mas, na época, precisou cancelar apresentações e atuou com as luzes do teatro acesas e amparada por seguranças durante algum tempo. Mas os anos de chumbo passaram e o talento de Fernanda Montenegro pôde ser cantado livremente na voz do cantor Milton Nascimento, que lhe homenageou com a música "Mulher da Vida". 

      ALGUNS PRÊMIOS

      Entre 1955 e 1959: 

-Melhor atriz pela Associação de Críticos Teatrais, com "Nossa Vida com Papai". 
-Melhor atriz, Prêmio Governador do Estado de São Paulo, com "Vestir os Nus". 
-Melhor atriz, da Associação de Críticos Teatrais de São Paulo, com "Vestir os Nus". 

      Entre 1956 a 1962:

      •todos os prêmios instituídos por revistas e críticas especializadas em tevê por seu trabalho no Grande Teatro Tupi. 

-1962 – Melhor atriz, da Associação de Críticos do Rio de Janeiro.
-1963 – Melhor atriz, da Associação Brasileira de Críticos de Teatro, com "Mary …”
-1964 – Melhor atriz, Troféu Governador do Estado de São Paulo.
-1964 – Prêmio de Melhor atriz do I Festival de Brasília (cinema).
-1964 – Prêmio especial do I Festival Internacional de Cinema do Rio.
-1965 – Prêmio Molière: melhor atriz – Rio.
-1967 – Molière de melhor atriz, com "A Mulher de Todos Nós" e "O Homem do Princípio ao Fim".
-1967 – Melhor atriz de tevê: Troféu Roquete Pinto.
-1970 – Golfinho de Ouro, como personalidade do teatro.
-1970 – Medalha melhor filme, com "Em Família", no Festival de Cinema de Moscou.
-1976 – Melhor atriz, da Associação dos Críticos Teatrais de São Paulo.
-1976 – Troféu Governador Estado de São Paulo, com "Seria Cômico… Se Não Fosse Sério".
-1976 – Molière de melhor atriz, com "A Mais Sólida Mansão".
-1977 – Melhor atriz do Festival de Taormina, na Itália e o Molière de melhor atriz de cinema, com "Tudo Bem".
-1977 – Troféu de melhor atriz do Rio, dado por uma associação que vende ingressos de teatro a assinantes.
-1980 – Leão de Ouro do Festival de Veneza, com melhor filme para "Eles Não Usam Black Tie".
-1980 – Atriz que mais contribuiu para o teatro, da Associação de Produtores Teatrais do Rio.
-1982 – Molière especial de melhor atriz do Mambembe, com "As Lágrimas Amargas de Pedra Von Kant".
-1983 – Molière especial, com "As Lágrimas Amargas de Petra Von Kant".
-1987 – Molière de melhor atriz, com "Dona Doida".
-1998 – Prêmios de Melhor Atriz por sua atuação em "Central do Brasil"
-1998 – Urso de Prata – Festival de Cinema de Berlim •1998 – Prêmio da Crítica no Festival de Cinema de Fort Lauderdale (EUA)
-1998 – Prêmio Melhor Atriz do Ano – National Board of Review (Associação Norte-americana de Críticos de Cinema) EUA
-1998 – Melhor Atriz – Festival Internacional de Cinema de Havana – Cuba
-1998 – Melhor Atriz do Ano – Los Angeles Film Critics (Associação dos Críticos de Los Angeles) – EUA 

      COMENDAS

-1971 – Comenda da Ordem do Cruzeiro do Sul, outorgada pelo governo brasileiro, pelos serviços prestados à Cultura do Brasil.
-1983 – Chevalier des Arts et des Lettres (França).
-1984 – Grande Medalha da Inconfidência (Governo Tancredo Neves-MG-Brasil).
-1985 – Comendador da Ordem de Rio Branco – Grau de Cavaleiro.
-1985 – Medalha Maria Quitéria – Salvador (BA).
-1992 – Medalha de Mérito Cultural – Portugal.
-1993 – Ordem do Mérito da Bahia no grau Comendador – Salvador (BA).

      BIBLIOGRAFIA

-OBSERVAÇÕES PESSOAIS DO AUTOR,
-http://pt.wikipedia.org,
-www2.uol.com.br,

 Antônio Carlos Affonso dos Santos – ACAS. É natural de Cravinhos-SP. É Físico, poeta e contista. Tem textos publicados em 7 livros, sendo 4 “solos e entre eles, o Pequeno Dicionário de Caipirês e o livro infantil “A Sementinha” além de três outros publicados em antologias junto a outros escritores.