Camponeses do Araguaia lançado na UFPI
Segundo o professor Elton Arruda, o vídeo faz um resgate da memória da experiência de resistência armada à ditadura militar. O professor informa que a Fundação Maurício Grabois fomentou várias pesquisas que tornaram possível a produção do material. O vídeo destaca o sentimento das pessoas mais velhas na região, que agora podem falar tudo que aconteceu. "São pessoas que tiveram suas vidas desorganizadas, viveram o pânico da guerra e, quando não sofreram violência física, presenciaram ou tiveram alguém muito próximo que sofreu", diz o professor Elton.
Como o centro do documentário são os depoimentos de camponeses que moravam na região durante a guerrilha, o vídeo propõe um foco local sobre toda aquela loucura de repressão, interrogatórios, torturas e assassinatos.
Não são lideranças políticas contando a história, mas o povo simples relatando o pavor e a injustiça. "A experiência guerrilheira do Araguaia pode ser encarada como uma das grandes contribuições cívicas para denunciar as agruras de um tempo que não queremos que volte. Quando mantemos viva essa memória reafirmamos a necessidade de manter viva a nossa democracia", comenta.
Durante o processo, alguns trabalhos feitos sobre a guerrilha mostram o compromisso do movimento com os interesses nacionais, a democracia e o respeito aos povos locais. Na época a comunicação não era veloz como hoje, ficava complicado fazer o Brasil saber o que acontecia no Araguaia.
Elton diz que o mais impressionante nos depoimentos é a violência dos militares que não poupavam padres, mulheres, camponeses. Por outro lado, havia a simpatia que o povo local tinha pelos guerrilheiros por serem esses muito humanos e solidários para com os moradores da região.
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Fonte: portal 180 graus – PI