Antes de nova greve, Sarkozy altera reforma da previdência
Na iminência de enfrentar uma nova onda de greves, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, anunciou nesta quinta-feira (7/10) que fará ajustes na reforma previdenciária para reduzir seu impacto sobre as mulheres que interrompem a carreira para criar os filhos.
Em nota divulgada um dia depois de os ferroviários decidirem fazer novas paralisações contra a reforma, a Presidência informou que a emenda ao projeto enviado ao Parlamento custará € 3,4 bilhões, financiados com uma elevação nos impostos sobre lucros de transações imobiliárias.
O projeto original já havia sido aprovado na Câmara e passou a tramitar no Senado esta semana. O parlamentar socialista (oposição) Jean-Pierre Bel disse que a alteração “foi encenada para parecer que algo mudou” na impopular reforma, que eleva de 60 para 62 anos a idade mínima de aposentadoria, a partir de 2018, e de 65 para 67 a idade para o direito a pensão integral, a partir de 2023.
“O governo está constrangido e vê que o protesto não está diminuindo, então decidiu, tomando café da manhã no (palácio presidencial do) Eliseu, empregar o que para mim é mais uma cortina de fumaça do que qualquer progresso genuíno nas questões pelas quais as pessoas estão protestando”, declarou Bel.
Sarkozy diz que não pretende alterar os pontos básicos da reforma, que ele afirma ser necessária para conter o déficit previdenciário em meio ao envelhecimento da população francesa.
O ministro do Trabalho, Eric Woerth, disse ao Senado que cerca de 130 mil mães vão se beneficiar da emenda, que adia em cinco anos a entrada em vigor da aposentadoria integral aos 67 anos, no caso de mulheres que tenham criado pelo menos três filhos.
Em protesto contra as reforma, os sindicatos da estatal ferroviária anunciaram uma greve por tempo indeterminado a partir de 12 de outubro. Os trabalhadores da rede urbana de transportes de Paris e do setor energético também devem parar, somando-se à jornada nacional de paralisações e protestos convocada para esse dia.
Além disso, uma greve por questões locais entrou em seu 11. dia no terminal petrolífero de Fos-Lavera, o maior do país. Funcionários de uma refinaria próxima dali também decidiram parar.
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Fonte: jornal Brasil Econômico