Há folhas mortas de sono. É outono, então dormem pelas calçadas, pelos parques. Ao sabor dos ventos, sonham que têm asas. Sonham sonhos verdes, terras fecundas. Que nunca tenham pesadelos de árvore derrubada. Que pisadas, transformem férteis as raízes. Que possam acordar todos os anos em brotos revigorados. Que despertadas pela primavera, rebrilhem sóis e chuvas em sua doce seiva.

      Neste ciclo de vida, como as lagartas em borboleta, que as folhas adormecidas neste sono profundo, possam despertar e descobrir que a sua morte foi apenas um sonho finito de outono.

Professora