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    Comunicação

    O poeta quer ir pra casa

    Entre verdades e mentiras o dia acontece. Talvez não deva levar em conta aquilo que não sou e que não vou. Os anos jovens contam-se lá para os lados do oeste, isto é verdade. Sinto-me inédito abrindo o livro e aceitando com coragem os números naturais, isto é mentira. Meu destino prateado que julguei regar […]

    POR: Marta Eugênia

    Entre verdades e mentiras o dia acontece.
    Talvez não deva levar em conta
    aquilo que não sou e que não vou.
    Os anos jovens contam-se lá para os lados do oeste,
    isto é verdade.
    Sinto-me inédito abrindo o livro
    e aceitando com coragem os números naturais,
    isto é mentira.
    Meu destino prateado que julguei regar
    reluz seu alumínio distante…

    Então é isso que choro agora?

    Nada têm a ver as folhas secas
    decorando o chão das árvores
    com o que deixo de ouvir neste momento:
    O latido de um cão guarnecendo seu dono
    no pátio da noite.
    A poesia não veste a roupa, não quer comer,
    não fala coisa com coisa, não acorda nem dorme direito
    nem adivinha-se em versos de seda pura.
    Há de sair um terço de voz, insisto.
    Assim que o dia se vestir de sol
    em seu rosário completo.

    Marta Eugênia é Especialista em Linguística e Professora de Língua Portuguesa na cidade de Arapiraca em Alagoas.

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