Também participou da cerimônia de inauguração o presidente do Uruguai, José Pepe Mujica, já que Darcy morou um tempo no Uruguai quando esteve exilado do Brasil por causa ditadura militar.

Darcy Ribeiro, que faleceu em 1997, foi um dos fundadores da Universidade de Brasília e o seu primeiro reitor, de 1960 a 1962. Foi também vice-governador do Rio de Janeiro entre 1983 e 1987, e assessor dos presidentes Juan Velasco Alvarado (Peru) e Salvador Allende (Chile) durante a época em que esteve no exílio, durante a ditadura militar brasileira (1964-1985).

O Memorial Darcy Ribeiro foi construído graças ao convênio firmado entre o Ministério da Cultura e a Fundação Darcy Ribeiro. Foram investidos R$ 8,5 milhões no espaço, que terá biblioteca, espelho d’água, salas de aula e climatizador natural. Há também espaço para descanso e apresentações — batizado de ‘beijódromo’ pelo próprio antropólogo ao conhecer o projeto.

A biblioteca terá mais de 30 mil livros do professor e sua primeira esposa, a antropóloga Berta Gleizer Ribeiro, além de disponibilizar documentos pessoais, como cartas trocadas com Oscar Niemeyer e o filósofo francês Jean-Paul Sartre. Haverá também exposição de obras de arte brasileiras, que vão desde quadros de Portinari a artefatos indígenas.

Lula afirmou em seu discurso que Darcy Ribeiro era um homem “em permanente estado de exaltação pelo Brasil”, de tal maneira que por vezes parecia que iria ‘faltar Brasil’ para dar conta de tantos sonhos do antropólogo. “Claro que Brasil não há de faltar nunca. Darcy, sim, faz muita falta”, disse o presidente.

(O vídeo exibido é um trecho do documentário Darcy Ribeiro, o Guerreiro Sonhador, produzido pela Fundação Darcy Ribeiro)