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    Comunicação

    A Liberdade (26)

    Poetas músicos, pintores! Soldados e trovadores! Filhos do sul e do norte, de alma forte e peito forte! pais e filhos de leões! Cantemos um hino à glória, vamos saudar a vitória, que a liberdade saudando, os Pampas estão cantando, abraçados com os sertões! Vinde a nós, bravos gaúchos, Osórios e Florianos, guerreiros super humanos […]

    POR: Catullo da Paixão Cearense

    Poetas músicos, pintores!
    Soldados e trovadores!
    Filhos do sul e do norte,
    de alma forte e peito forte!
    pais e filhos de leões!
    Cantemos um hino à glória,
    vamos saudar a vitória,
    que a liberdade saudando,
    os Pampas estão cantando,
    abraçados com os sertões!

    Vinde a nós, bravos gaúchos,
    Osórios e Florianos,
    guerreiros super humanos
    generais republicanos,
    caroáveis vencedores!
    Cavalgai os vossos pingos,
    vossos cavalos valentes,
    mas trazei, nas vossas frentes,
    conduzindo a cavalgada,
    a Liberdade montada
    num corcel cheio de flores!

    Vinde a nós, filhos de Minas,
    que tereis as nossas palmas,
    nossos aplausos candentes,
    pois trazeis em vossas almas
    as florações diamantinas
    da alma de Tiradentes!

    Cantemos um hino à glória,
    poetas, filhos de leões,
    que os Pampas estão cantando
    abraçados com os sertões!

    E tu, Caboclo cearense,
    vaqueiro lá do sertão,
    a quem o Brasil pertence,
    porque o livraste das garras
    da mísera escravidão!…
    Tu, Juarez, (27) o grande escravo
    da Liberdade e o Monarca
    senhor da revolução!…
    A ti só posso ofertar-te
    como dádiva suprema,
    em um futuro poema,
    um poema do coração.

    General! Eu sou marroeiro!
    E como um grande campeiro
    das vaquejadas do Amor,
    só tenho um meio vaidoso
    de te mostrar venturoso,
    o meu culto interior.

    Era vir, pelo silêncio
    de um luar esplendoroso,
    numa noite de calma e bela,
    enluarando-te a janela
    com a minha admiração,
    oferta-te, como oblata,
    uma linda serenata,
    descantando uma modinha
    do Ceará, no meu violão.

    Dom Sebastião, (28) sacerdote,
    ministro do Rei Divino,
    mudai-vos num peregrino,
    dêsses que o Senhor bendiz
    e vagai, peregrinando,
    por palácios e choupanas,
    Falando às feras humanas,
    tal São Francisco de Assis!

    Chamai os inconscientes,
    chamai a vós os dementes,
    Êsses pequenos ateus,
    que êles fiquem humilhados,
    a vossos pés castigados,
    vendo em vossos próprios olhos
    a consciência de Deui!

    General de Jesus Cristo!
    Expulsai, num grande exemplo
    Êsses vendilhões do templo
    da República altaneira,
    até que venham, de joelhos,
    pedir-nos perdão um dia,
    rezando uma Ave-Maria
    aos pés da nossa bandeira!

    Alcindo! Irineu Marinho!
    Ruy! Quintino! Joaquim Serra!
    Patrocínio, herói da guerra
    contra a negra escravidão,
    iluminai tôda a imprensa,
    Para que, nesta conquista,
    seja cada jornalista
    um soldado idealista
    da vossa religião!

    Assim, meus caros patrícios,
    devemos, neste momento,
    depois de tanto tormento,
    de tantas horas amargas,
    elevar o pensamento,
    rezando a Deus uma missa,
    para que Getúlio Vargas,
    após ter sido um guerreiro,
    seja Cristo Brasileiro
    do Amor, da Paz, da Justiça (29)

    Luar do Sertão e outros Poemas Escolhidos – Catullo da Paixão Cearense Seleção organizada, anotada e revista por Guimarães Martins
    Editora Ediouro

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