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    Oyapoc       Aqui começa o nosso Brasil zil ypisilone Fronteiras das Europas trasladadas por Colombo Camopis salvados do rio Babel e refugiados d’El-Dorado País de Ofir ofegante depois da travessia do Mar-Oceano Turcos encantados vindos do reino da Guiné e do Mali À modo a pé pelo fundo da Encantaria Não ria deste rio, seu […]

    POR: Redação

    3 min de leitura

    Oyapoc

          Aqui começa o nosso Brasil zil ypisilone
    Fronteiras das Europas trasladadas por Colombo
    Camopis salvados do rio Babel e refugiados d’El-Dorado
    País de Ofir ofegante depois da travessia do Mar-Oceano
    Turcos encantados vindos do reino da Guiné e do Mali
    À modo a pé pelo fundo da Encantaria
    Não ria deste rio, seu abestado diplomado!
    Ele é caminho natural da roça n’América do Sol
    Última fronteira dos cabanos da Terra mãe gentil
    Arapari, país nativo sob a constelação do Cruzeiro do Sul
    Universidade ameríndia da república de Cunani
    No maior país amazônico do vasto mundo
    Fronteira da Esfinge entre o fingimento e a veracidade
    Divisor de águas entre o velho e novo mundos
    Com todos contrabandos, falsificações, deuses e diabos
    da História.

           Aqui e lá no arroio Chuí pele do gigante
    1001 culturas de fronteira: brincadeira e caso sério
    Continente incontinente da memória do fogo
    Feita em águas sobre pedras do sonho
    Onde a cobra grande pariu quantidade de gente
    Invenção das Amazônias e outras brasilidades
    Além de cidades, campos, fábricas e florestas.

          Caripunas fazendo a festa do Toré
    Clarinete clarinada matinada tropicana
    Paricúria relembrando cacicado de Anakayuri
    Galibis entram na dança do peixe, a pirapuraceia
    Antropofagia eucarística
    Chegança dos Oyampis por via do Jary
    Amapari pra rir e pra chorar
    Transposição das montanhas Tumuc-Humac
    Confluência do Maroni dos quilombolas com foguetes
    E satélites de Kuru
    Contravertentes da pisada do rio de Pinzón.

          Vamos embora para o Rio que não é de janeiro
    Fevereiro ou março, nem das amazonas
    Velho rio-mar dos aruacos da primeira manhã
    Do nosso Brasil brasileiro mulato inzoneiro
    Desperta minha gente, olha o Cabo do Norte, aí!

    Jose Varella – autor dos ensaios "Novíssima Viagem Filosófica" e "Amazônia latina e a terra sem mal", blog http://gentemarajoara.blogspot.com

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