O pedido foi efetuado por Daniel Ortega no seu discurso durante a 17ª edição do Fórum de São Paulo, realizado em Manágua, capital da Nicarágua, que contou com a participação do ex-presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e inclui ainda a preocupação com as condições da negociação com aquele país africano.

"Nós fazemos este pedido ao Conselho de Segurança [das Nações Unidas], em particular à Rússia e à China, para que convoquem o Conselho quanto antes para que se pronuncie formalmente sobre o cessar-fogo (…) e para que sejam estabelecidas condições para a negociação”, afirmou.

Segundo o presidente da Nicarágua, o líder líbio Muammar Kadhafi "foi bem claro" ao manifestar-se disponível para dialogar, negociar e para o cessar-fogo no seu país.

"Eles [o governo líbio] estão simplesmente resistindo aos ataques que lhes são lançados todos os dias pelas forças do capitalismo global", sublinhou Ortega.

O presidente de Nicarágua, que disse ter abordado o assunto em privado com Lula antes de chegar ao Forode São Paulo, expressou a confiança de que "no final se imponha a atitude pragmática dos imperialistas que estão empenhados numa vitória militar na Líbia", referindo-se aos Estados Unidos, França e Reino Unido.

Este trio, denunciou, pretende assassinar Kadafi, pois "pensam que dessa forma vão resolver o problema [na Líbia]", afirmou Ortega, ao alertar que se tal suceder a luta pela resistência desses povos não ficará por ali, podendo mesmo intensificar-se.

Citando dados da Otan, Ortega disse que há 5.800 operações de bombardeamento e 60 ataques aéreos diários contra a Líbia, algo que qualificou de "crime".

O Fórum de São Paulo reúne 42 partidos de esquerda de 32 países da América Latina, Europa e Ásia.