A preocupação com a infraestrutura e as oportunidades de investimentos foram os pontos fortes debatidos na primeira parte do IV Seminário de Infraestrutura Cidades-sede da Copa, promovido pela Cámara Oficial Española de Comercio en Brasil, na manhã desta quinta-feira, 26 de maio, em São Paulo. A abertura, realizada pelo presidente da instituição e da Telefonica, Antonio Carlos Valente; pelo Cônsul da Espanha em São Paulo, José Maria Matres Manso, e pelo vice- presidente executivo da Abdib, Ralph Lima Terra, evidenciou as principais preocupações de todos: os desafios que os municípios sede de São Paulo, Curitiba e Porto Alegre enfrentarão para oferecerem uma estrutura completa que atenda toda a demanda de visitantes que um evento do tamanho da Copa de 2014 trará.

De acordo com Valente, a Copa traz para os investidores, nacionais e internacionais, grandes oportunidades de negócios nas áreas de transporte, saúde, construção civil entre outras, num dos melhores momentos econômicos que o Brasil vive. “O país é uma das sete economias mundiais e, só ano passado, teve um crescimento de 7,5%. O que é uma ótima chance para a realização de negócios entre o Brasil e a Espanha, que já é considerada o terceiro maior investidor direto no Brasil, com 33% de todo seu investimento aplicado na América Latina”, enfatiza.

O Cônsul da Espanha em São Paulo, José Maria Matres Manso, destacou que a Espanha está em um dos seus grandes momentos para investir e que, 50 das 500 maiores cidades do mundo, queriam a presença das empresas espanholas no mercado. “É preciso aproveitar esse instante em que a Copa de 2014 chega com suas necessidades nos mais diversos segmentos e que o Brasil está aberto às companhias que desejam investir no país”, afirmou.

E os números são animadores. Segundo o vice-presidente da Abdib, Ralph Lima Terra, só no ano passado foram investidos no país, em infraestrutura, R$144 bilhões e, até 2014, estão previstos mais R$ 804 bilhões em energia elétrica, petróleo e gás, logística e transporte e saneamento básico, uma média de R$ 116 bilhões por ano.

O secretário especial de articulação para a Copa da Prefeitura de São Paulo, Gilmar Tadeu, afirmou que está direcionado para a capital paulista o investimento de R$23 bilhões em infraestrutura para atender uma demanda de 600 mil turistas internacionais no período da Copa de 2014, gerando 332 mil empregos permanentes e 381 mil temporários. A cidade recebe anualmente cerca de 11,7 milhões de turistas, que gastam R$9 bilhões em compras, gastronomia e estadas em 90 mil eventos. Ele falou ainda sobre a importância da qualificação profissional e da importância da aumentar a capacidade da rede hoteleira: hoje a capital paulista conta com 42 mil unidades habitacionais (105 mil leitos), com uma taxa de ocupação media de 68,5%.

O secretário extraordinário da Copa, João Bosco Vaz, enfatizou que os empresários ainda não despertaram para a importância de um evento da dimensão da Copa de 2014. “Não são só jogos, são investimentos, que se guiam em torno de três eixos: os estádios e seus entornos, a Fifa e as obras de infraestrutura. É uma oportunidade de investir, um momento de realizar. Porto Alegre é o terceiro estado em turismo de negócios no país, perdendo apenas para São Paulo e Rio de Janeiro. É preciso destacar os benefícios que ficarão depois do evento, como o saneamento básico na cidade. A cidade já tem R$ 600 milhões contratados para estas obras, que são, na minha opinião, as mais importantes nos 239 anos de história da cidade. Como uma cidade com 1,5 milhão de habitantes pode ter apenas 27% de rede de esgoto?”. Com os investimento, espera-se chegar em 80% de cobertura.

Já o presidente do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba, Cléver Teixeira, destacou que a cidade está com o projeto da criação do primeiro metrô, com 14 quilômetros de extensão e 21 estações e um investimento de R$2 bilhões, que ajudará na questão da mobilidade. O Governo Federal e a prefeitura estão disponibilizando um investimento de R$ 463 milhões, com R$ 70 milhões para reforma do aeroporto e R$ 180 milhões direcionados para a reforma dos estádios, entre outras obras.

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As informações são da Cámara Oficial Española de Comercio en Brasil