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    Comunicação

    Por mim

    Por mim Teus negros olhos uma vez fitando Senti que luz mais branda os acendia, Pálida de langor, eu vi, te olhando, Mulher do meu amor, do meu serafim, Esse amor que em teus olhos refletia… Talvez! – era por mim? Pendeste, suspirando, a face pura, Morreu nos lábios teus um ai perdido… Tão ébrio […]

    POR: Redação

    1 min de leitura

    Por mim

    Teus negros olhos uma vez fitando
    Senti que luz mais branda os acendia,
    Pálida de langor, eu vi, te olhando,
    Mulher do meu amor, do meu serafim,
    Esse amor que em teus olhos refletia…
    Talvez! – era por mim?

    Pendeste, suspirando, a face pura,
    Morreu nos lábios teus um ai perdido…
    Tão ébrio de paixão e de ventura!
    Mulher do meu amor, meu serafim,
    Por quem era o suspiro amortecido?
    Suspiravas por mim?

    Mas… eu sei!… ai de mim? Eu vi na dança
    Um olhar que em teus olhos se fitava…
    Ouvi outro suspiro… d’esperança!
    Mulher do meu amor, meu serafim,
    Teu olhar, teu suspiro que matava…
    Oh! não eram por mim!

    Lira dos Vinte Anos
    Álvares de Azevedo
    Martins Fontes 1996

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