Poema, apenas.
Poema, apenas.
Madrugada araguaiana em minhas mãos
e sóis, milhares deles, saltam
para a vida que amanhece.
Fui contigo, mãos dadas,
quando respirei teus olhos
e suspenso
fui por teus caminhos serenos.
Tempo, apenas.
Estás como distante
e sigo meu curso,
nau revolta,
pedras pontiagudas do rio.
Poema, apenas.
Nas noites onde respiro tumultos
viestes como ave
imaginária
dizer-me, intíma,
das esperanças que a seiva ensina às matas.
Virás, palavra orvalhada,
clarear mãos
e madrugadas?
Paulo Fonteles Filho