Em pronunciamento na terça-feira (2) na tribuna da Câmara, a deputada Jô Moraes (PCdoB-MG) cumprimentou o presidente empossado do Peru, Ollanto Humala, pelo significado de sua eleição – o passo inicial para um novo ciclo político no país, de esquerda progressista, desde 1975. Jô Moraes chamou atenção para a coragem de Humala de ter “reafirmado e honrado suas convicções em relação a uma Constituição que, embora não vigente, é a expressão dos direitos nacionais do povo peruano, de defesa do Estado”.

A parlamentar revelou ter-se impressionado com a preocupação não apenas dos políticos, mas também da população de rua com a situação do Brasil: Tive oportunidade de falar como palestrante em um seminário sobre as experiências dos partidos progressistas e de esquerda, no qual compareceram representantes de 12 países e se apreciava a experiência do Chile, já interrompida, a experiência do Uruguai e a experiência do Brasil.

“Todos aqueles que de longe não compreendem a República Bolivariana, a República Multinacional, Plurinacional da Bolívia, a República da frente ampla, não vão nunca entender a necessidade de que, ao mesmo tempo em que os povos da América Latina aprofundem o seu desenvolvimento a partir da sua própria experiência, possam também se integrar a experiências continentais”. Segundo pontuou Jô Moraes, “ há grande esperança de que o Brasil, por ser um país continental, de dimensões, de uma riqueza mais desenvolvida, possa compartilhar com seus vizinhos mais pobres, menos favorecidos, a sua experiência”.

Discurso

“Senhora Presidenta Benedita da Silva, queridos deputados e deputadas, quero nesta oportunidade registrar meus cumprimentos ao Presidente do Peru, Ollanto Humala, por sua posse e significado do início de um novo ciclo que o Peru retoma e, especialmente, pela coragem de, no ato da posse, ter reafirmado e honrado suas convicções em relação a uma Constituição que, embora não vigente, é a expressão dos direitos nacionais do povo peruano, de defesa do Estado.

Eu queria dizer aos deputados e às deputadas que me impressionou muito a preocupação não apenas dos políticos, mas também da população de rua com a situação do Brasil.

Tive oportunidade de falar como palestrante em um seminário sobre as experiências dos partidos progressistas e de esquerda, no qual compareceram representantes de 12 países e se apreciava a experiência do Chile, já interrompida, a experiência do Uruguai e a experiência do Brasil.

E qual era a preocupação central, nesse seminário, desses dez representantes de países que estão sob nova direção? Como equacionar, como equilibrar um projeto nacional e um projeto continental?

Todos aqueles que de longe não compreendem a República Bolivariana, a República Multinacional, Plurinacional da Bolívia, a República da frente ampla, não vão nunca entender a necessidade de que, ao mesmo tempo em que os povos da América Latina aprofundem o seu desenvolvimento a partir da sua própria experiência, possam também se integrar a experiências continentais.

Há grande esperança de que o Brasil, por ser um país continental, de dimensões, de uma riqueza mais desenvolvida, possa compartilhar com seus vizinhos mais pobres, menos favorecidos, a sua experiência.

Por isso, digo que a reafirmação desses dez países que hoje na América Latina buscam construir o seu próprio projeto é também a reafirmação da construção desse projeto”.