O jornal britânico “The Independent” denuncia na edição desta terça-feira que Lloyds TSB, Royal Bank of Scotland (RBS), Barclays e HSBC investem milhões em empresas que produzem e comercializam bombas de fragmentação. O jornal identifica investimentos nas empresas Alliant Techsystems, Lockheed Martin e Textron, três das maiores produtoras mundiais de bombas de fragmentação.

São consideradas armas de fragmentação (ver wikipedia ) todas as munições, que contenham um grande número de outros explosivos menores que ao, serem lançados, se espalham sobre uma grande área. As bombas mais pequenas podem permanecer intactas durante muitos anos e explodir em qualquer momento, sendo um perigo terrível para as populações, pelo que naturalmente a maior parte das vítimas são civis.

Em 2008 foi aprovada uma Convenção Internacional para banir as munições de fragmentação, que já foi assinada por 108 países. Essa Convenção proíbe a produção, utilização, armazenamento e transferência de munições de fragmentação e foi assinada pelo Reino Unido em 2010.

“Apesar disto, não houve nenhuma tentativa por parte do Governo para controlar os bancos e os fundos de investimento que continuam a financiar empresas que se sabe manufacturarem estas armas”, salienta o jornal britânico.

O “The Independent” refere também que os bancos estão a usar uma brecha na legislação britânica para continuarem a investir nas empresas que as produzem. A Amnistia Internacional já lançou uma campanha no Reino Unido para que seja proibido não só o investimento directo em munições de fragmentação, mas também o investimento indirecto.

Questionados pelo jornal, os quatro bancos reagiram de forma diferente, enquanto o Barclays e o HSBC dizem que já não investem em empresas que produzem bombas de fragmentação, Lloyds e RBS defendem os investimentos nas empresas referidas pelo jornal. O porta-voz do Lloyds diz que o banco “não financia em consciência a produção de qualquer arma que não cumpra a legislação do Reino Unido, dos Estados Unidos, da União Europeia ou da ONU, ou armas que tenham sido banidas por tratados internacionais”

O jornal que lembra que o Lloyds, de que é actualmente presidente executivo o português António Horta Osório, e o RBS foram resgatados com dinheiro dos contribuintes e dá a palavra ao especialista de armas da Amnistia Internacional Oliver Sprague que diz que estes bancos estão a “brincar com a lei britânica” e conclui: “Dada a clara decisão do Governo britânico de banir munições de fragmentação, nenhuma instituição financeira deve apoiar a sua produção”.

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Fonte: Esquerda.net