"Comunicação para mobilização social". É assim, usando poucas palavras, que o diretor geral do Instituto Peabiru, João Meirelles define o principal propósito do documentário Expedição VIVAMARAJÓ, de Regina Jehá. Com 55 minutos de duração, o filme mostra não apenas o modo de vida na Iha do Marajó, no Pará, uma realidade marcada pelo paradoxo entre as riquezas natural e cultural e a situação de penúria da maioria da população, negligenciada por anos – 90% dos cerca de 500 mil habitantes da área estão na pobreza ou miséria e cinco das 16 cidades do arquipélago figuram na lista das 50 mais pobres do Brasil.

O documentário vai além: busca caminhos para a melhoria da qualidade de vida, a partir da forte identidade cultural do povo marajoara. Exibido ao público pela primeira vez na terça-feira (16), na capital paraense, será lançado ainda nos 16 municípios do arquipélago de Marajó durante o mês de agosto.

– O grande diferencial é que vai ser apresentado em praça pública. Para nós, é um filme de Marajó para o marajoara. Ele entrou em vários festivais importantes, mas é mais do que isso. É um filme para discutir o Marajó. É bonito, poético, tem tudo que se espera de um documentário, mas tem o caráter de chamamento para a ação – explica Meirelles.

O lançamento também é parte das celebrações do primeiro ano do Dia do Marajó, criado em 24 de agosto de 2010, por iniciativa do Programa Viva Marajó, coordenado pelo Instituto Peabiru (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, com sede em Belém do Pará) e Fundo Vale para o Desenvolvimento Sustentável.

Produzido pela Lauper Films, Expedição VIVAMARAJÓ tem trilha sonora de Egberto Gismonti, composta a partir do cancioneiro marajoara e imagens de Emerson Bueno.

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Fonte: Terra Magazine