Para a ALBA, a unidade é a principal arma face os perigos que representam as agressões e as constantes tentativas das grandes potências de intervir na soberania dos povos.

Uma dessas expressões se evidenciou em um documento emitido recentemente pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, no qual qualifica de narcotraficantes a quatro funcionários venezuelanos, atitude recusada e condenada pelo governo local.

Nessas circunstâncias, e com a finalidade de buscar posturas comuns face os perigos, este país sul-americano foi sede nesta semana do VI Conselho Político do bloco, denominado pelo chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, como "Aliança de vigorosos guerreiros da verdade".

No encontro, representantes de Cuba, Antiga e Barbuda, Nicarágua, Equador, São Vicente e as Granadinas, Bolívia, Dominica e Venezuela fixaram posições sobre a situação atual da Líbia, agredida e bombardeada por tropas dos Estados Unidos e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

Durante uma intensa jornada celebrada na sede da chancelaria, os titulares condenaram a intervenção e a agressão militar ilegal levada a cabo nessa nação norte-africana, aproveitando a situação interna que ali se vive.

Do mesmo jeito, debateram temas de interesse comum como a necessidade de democratizar a Organização de Nações Unidas (ONU), a mudança climática, a agenda econômica regional e a situação do Oriente Médio, nomeadamente Síria e Palestina.

A agenda incluiu propostas para reuniões próximas visando reforçar o trabalho em conjunto na área político-econômica e em termos de integração.

O encontro concluiu com várias declarações especiais que foram analisadas e aprovadas junto ao presidente Hugo Chávez.

Um dos textos, dedicado a Líbia e Síria, denuncia que a OTAN leva a cabo uma operação militar de mudança de regime em Trípoli, sob a doutrina de guerra preventiva, na qual manipula à ONU em função de seus interesses geopolíticos e econômicos e em violação da Resolução 1973 do Conselho de Segurança.

Nesse sentido, lembraram promover um debate na Assembléia Geral de Nações Unidas sobre os perigosos precedentes que se criaram em torno da Líbia e para impedir converter esse estado em um protetorado da OTAN do Conselho de Segurança da ONU.

Quanto a Síria, alertaram sobre as ameaças de que se repita o mesmo procedimento utilizado na Líbia, tendo em conta a situação política existente nessa nação árabe e propuseram enviar uma comissão de chanceleres a Damasco e de se aprovar divulgar os resultados do reporte mediante as instâncias das zonas .

Outra das declarações compreendeu a postura comum da ALBA quanto a reconhecer a Palestina e seu direito a ingressar como membro pleno das Nações Unidas.

Em termos de integração, os ministros coincidiram em que a unidade é a melhor arma para enfrentar as ameaças, no qual insistiu o presidente Chávez durante sua intervenção.

A seu julgamento, a ALBA e a União de Nações Sul-americanas (Unasul) constituem o núcleo de uma nova alternativa em nascimento.

"Nasce um mundo pluripolar que o império e seus aliados da OTAN tentam parar, mas não poderão. Não poderão parar o mundo novo, que tem seu epicentro na ALBA e em Unasul", afirmou o mandatário.

Quanto aos próximos passos, os titulares sugeriram realizar uma Cimeira da Aliança o próximo mês de novembro em Caracas, e lembraram efetuar a Cimeira Fundacional da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) os próximos 2 e 3 de dezembro.

O debate permitiu enfocar o panorama atual desde uma visão compartilhada e com uma postura encaminhada a incrementar a luta em defesa dos direitos dos povos a exercer sua soberania.

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Fonte: Prensa Latina