11 de setembro e a outra face do imperialismo
O monopólio exercido por alguns meios de comunicação – no Brasil e no mundo – tem-se esforçado para caracterizá-los como atos isolados de alguns “fanáticos”, no que correspondente apenas a uma parte da verdade.
Entender o processo é mais importante. O monopólio do uso da força não é um atributo dos povos muçulmanos nem de países em choque com a “ordem” imposta com o fim da URSS. Em nome da “democracia” e dos “direitos humanos” os EUA lançaram-se ao saqueio generalizado da periferia do sistema. As formas variam. Vão desde a recomendação de políticas econômicas recessivas (Consenso de Washington) até a invasão aberta. As reações, também, diferem, desde a eleição de um indígena na Bolívia até a explosão de dois aviões em Nova Iorque.
A resposta americana aos ataques criou duas novas guerras – no Iraque e no Afeganistão – e uma contabilidade terrível. Cerca de 900 mil pessoas já teriam perdido suas vidas até hoje. Os números são do site Unknown News, que fornece uma estatística detalhada do número de mortos nas guerras nos dois países, distinguindo vítimas civis de militares.
A grande questão é que os EUA estão, há algum tempo, encalacrados diante de seus próprios limites. A necessidade de matérias-primas e mercados para seus produtos – além da resposta ao “terrorismo” – tem redundado, de um lado, num aumento explosivo de seus déficits gêmeos (calcula-se em mais de três trilhões de dólares os gastos com a invasão do Iraque) e, de outro, numa radicalização de direita no espectro político interno, colocando em evidência a própria decadência de uma "democracia" norte-americana.
Aos que não acreditam mais na validade teórica do conceito de imperialismo, que as invasões ao Iraque e Afeganistão e o apoio a regimes como o de Israel sirvam como evidência.
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Fonte: Blog do Renato