O Partido inteiro está conclamado a um verdadeiro mutirão revolucionário para levar o CPS à militância mobilizada nas Conferências Estaduais de 2011 – esta é a deliberação da 8ª Reunião do Comitê Central, realizada nos dias 18 e 19 de setembro.

No raiar do ano de 2000 a então Secretaria Nacional de Formação, tendo à frente o camarada Walter Sorrentino, apresentava ao Partido aquele que veio se consolidar como um importantíssimo instrumento de formação da militância de base: o Curso “Brasil, Outros 500” – que se popularizou e se consagrou como CBV – o Curso Básico em Vídeo.

Seu lançamento, no Brasil todo, foi um grande sucesso: milhares de quadros se engajaram na sua difusão, tornando-se monitoras e monitores, assumindo o trabalho com inúmeras turmas. A história do Brasil contada do ponto de vista dos trabalhadores e trabalhadoras; a argumentação consequente contra o neoliberalismo; a defesa da perspectiva socialista; a política do PCdoB, sua organização e funcionamento com vistas a cumprir os objetivos propostos em seu Programa Socialista – eis o conteúdo do curso que representou um marco na história dos processos de formação em nosso Partido.

Em 2003, a Secretaria Nacional de Formação e Propaganda, agora comandada por Adalberto Monteiro, impõe-se a tarefa de relançar a Escola Nacional, cujo primeiro passo é a organização de seu currículo, em três níveis. O CBV passou, então, a constituir-se o primeiro curso do Nível I. Estávamos no início do governo Lula, o primeiro operário a eleger-se Presidente da República. A esperança vencera o medo, o país respirava os ares promissores de enfrentamento ao neoliberalismo, com anúncio de políticas voltadas para o desenvolvimento com distribuição de renda e valorização do trabalho. No final de 2004 e início de 2005, o CBV recebeu ajustes, atualizou-se para contemplar a verdadeira virada que o Brasil vivenciava.

2010. Concluídos os dois mandatos de Lula, outro grande feito do povo brasileiro: a eleição da primeira mulher para a Presidência da República. Dez anos de CBV. O Brasil é outro: não mais refém da dívida externa, mudou seu mapa social, é maior o tamanho da fatia de riqueza para a maioria trabalhadora. O PCdoB é outro. Segue participando do governo central. Aumenta a presença no movimento social, em parlamentos e governos estaduais e municipais. Aprimora-se na luta de ideias. Cresce entre as massas. Tudo isso, regendo-se pelo novo Programa, aprovado no 12º Congresso, em 2009. O CBV, em que pese manter sua importância, já não responde a certas necessidades, não corresponde a essas mudanças. Nova atualização se faz premente. Ou a produção de novo curso.

Na Escola Nacional, uma certeza: o Programa Socialista para o Brasil tem de ser a referência principal. Recorre-se, então, ao mesmo Bernardo Joffilly, que fora peça-chave na concepção do CBV. Camarada de tino artístico, grande propagandista, que elaborara o Gibi do Programa, belíssimo material de popularização do mais importante documento partidário. Forma-se consenso em torno da ideia de produção de algo novo, que não se prendesse ao CBV, embora devesse com ele aprender as principais lições. Outro grande comunicador entra em ação, numa excelente parceria: o camarada Guido Bianchi, de Pernambuco. Um pré-roteiro é produzido. Mais outro. Camaradas da escola e do secretariado nacional opinando. Enfim, o roteiro técnico. A Produtora, a Video Express, que já realizou diversos programas do Partido. Assim vai se concebendo o CPS – o Curso do Programa Socialista.

E nasce o novo vídeo. Composto de seis partes: Introdução + cinco aulas. A Introdução enaltece o Brasil, nosso povo uno, nossa cultura, nosso destino de nação desenvolvida, soberana, com justiça social. Aula 1 – 500 anos de muita luta. Aula 2 – A encruzilhada brasileira. Aula 3 – Por que o Socialismo? Aula 4 – O Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento. Aula 5 – Ser militante do PCdoB. Elas são apresentadas de forma bastante atraente, com personagens que simulam a produção de um vídeo encomendado pelo “pessoal do PCdoB” e conversam a respeito do roteiro que, afinal, é o próprio Programa do Partido. Cenas e cenários. Artistas. Músicas. Imagens. Tininha, a apresentadora. Mais artistas abrilhantando. Mensagens. Reflexões. Depoimentos.

O vídeo tem a duração de 40 minutos, mas o curso todo dura em torno de 04 a 05 horas, distribuídas entre a apresentação dos participantes, as informações sobre a programação e a dinâmica do curso, a exibição de cada aula e o intervalo para o debate. Incluindo-se um tempinho para descanso e merenda. E, ainda, a avaliação e o encerramento, com orientação para o prosseguimento do estudo. Lembrando que o CPS é o primeiro curso do currículo básico da Escola Nacional, outros mais serão feitos. Depois, cabe bem um momento de descontração, de festa, com entrega dos certificados, atividades culturais e boas vindas a participantes que se filiaram recentemente ao Partido.

O material completo ficará pronto no final de setembro: o DVD (vídeo do curso e um “extra”, com “dicas práticas” para seu desenvolvimento) + impressos: a apostila para alunos (as), com o Gibi e o texto completo do Programa; orientações para monitores (as); modelos de relatórios; fichas de inscrição e certificados de participação. No início de outubro, grandes lançamentos para quadros, que já receberão o material e as instruções para desenvolvimento do curso e constituirão as brigadas de difusão do Programa.

Daí pra frente, mãos à obra, camaradas! De outubro deste ano a maio de 2012 o trabalho com o CPS será a principal tarefa de Formação. O Partido inteiro fazendo o curso. A começar pelas direções. Por duas simples razões: uma, porque ninguém viu o curso; outra, porque cada dirigente deve agarrar a tarefa de difundir o Programa. Ser monitora. Ser monitor. O Comitê Central dando o exemplo. Os Comitês Estaduais arregaçando as mangas, convocando os Comitês Municipais com maior grau de estruturação, sacudindo as macrorregiões.

O CPS há de atingir toda a militância, em todos os rincões deste país. Repetir e ampliar a mobilização conseguida para as Conferências Estaduais deste ano. Formar, em especial, militantes e dirigentes de base, direções intermediárias eleitas nesse processo, pré-candidatos (as), atuais parlamentares, ocupantes de cargos em governos, lideranças de massas. Jovens. Mulheres. Operários (as).

Cabe ao CC desencadear esse processo massivo de disseminação do Programa. Dispor o material em profusão. Fazer ampla divulgação. Aos Comitês Estaduais, formar monitores (as), estabelecer metas e calendário, garantir as condições para o desenvolvimento das atividades. Principal esteio desse trabalho: Secretarias de Formação e Propaganda e de Organização.

O tamanho do Partido e a extensão do país exigem a deflagração de duplo movimento. Um, intensivo, de largo alcance, a partir de comitês consolidados, com a organização de brigadas de monitores (as) que, simultaneamente, realizarão o curso, envolvendo o maior número possível de participantes. Outro, difuso, esporádico, em grupos menores, por comitês em formação ou comissões provisórias, que receberão o material e a orientação de trabalhá-lo conforme consigam reunir filiados (as) e amigas (os) dispostos a conhecer nosso Programa.

O PCdoB está desafiado a empreender os maiores esforços para a realização dessa CAMPANHA de disseminação do Programa Socialista para o Brasil. Um mutirão revolucionário! Como disse a camarada Jô Moraes, na reunião do Comitê Central: uma “Campanha Nacional de Vacinação Antiliberal”.

Mais uma tarefa grandiosa para construir um Partido do tamanho das nossas ideias!

São Paulo, 18 de setembro de 2011.