Ato homenageia 90 anos de dom Paulo Evaristo Arns
Entre os convidados estão Clarice Herzog, viúva do jornalista Vladimir Herzog, morto pela ditadura; o jurista Dalmo de Abreu Dallari; o ex-deputado Plínio de Arruda Sampaio e o representante do Fórum das Pastorais Sociais da Arquidiocese de São Paulo, Paulo César Pedrini.
"Dom Paulo ajudou a mobilizar as forças democráticas nacionais e internacionais em defesa dos direitos humanos, salvou a vida de muita gente e sempre se destacou por sua luta pelos menos favorecidos, tendo papel fundamental em nosso país", disse o vereador Jamil Murad.
Jamil lembrou ainda que "os comunistas compartilharam com ele lutas memoráveis contra a carestia e pela democracia" e o partido chegou a lançar a candidatura de Aurélio Peres para deputado federal e Irma Passoni, ligada à igreja católica, para estadual, chapa eleita em 1978.
Outro episódio recordado pelo vereador aconteceu no final de 1976, quando Dom Paulo teve a informação de que os militares armavam um ataque à direção do PCdoB. "Mas, por conta das dificuldades da clandestinidade, ele não conseguiu fazer contato e infelizmente acabou ocorrendo a Chacina da Lapa". Na ação, morreram os dirigentes Ângelo Arroyo, Pedro Pomar e João Batista Drummond.
Trajetória
Nascido em Forquilhinha (SC) no dia 14 de setembro de 1921, Dom Paulo Evaristo Arns foi nomeado bispo auxiliar de São Paulo em 1966. Desde o início ligou-se ao setor progressista da Igreja, organizando cristãos nas comunidades de base e apoiou a criação de mais de 2 mil CEBs nas periferias da metrópole.
Assumiu o cargo de arcebispo da cidade de São Paulo em 1970, a maior arquidiocese do mundo. Nesta ocasião vendeu o Palácio Episcopal por 5 milhões de dólares e empregou o dinheiro na construção de 1.200 centros comunitários da periferia, demonstrando sua atitude em favor dos menos favorecidos.
Destacou-se como defensor dos direitos humanos durante o período da ditadura militar, quando combateu a intransigência do regime militar e agiu em favor das vítimas da repressão. Passou a ser o porta-voz dos que sofriam torturas nas prisões e aparelhos paramilitares em razão de atividades políticas.
No final dos anos 70 assumiu o projeto "Brasil Nunca Mais", transformado em livro, no qual foi realizada uma investigação minuciosa nos arquivos militares que comprovou a prática da tortura durante o regime militar. Também foi ele o criador da Comissão Justiça e Paz de São Paulo, que atua em defesa dos direitos humanos.
Sempre esteve ao lado dos líderes sindicais nas greves, apoiou a campanha contra o desemprego, contra a carestia e o movimento pelas eleições diretas. Sua luta em defesa dos oprimidos e pelo fim da desigualdade social lhe valeu dezenas de prêmios no mundo, sendo o primeiro brasileiro a ser indicado oficialmente para o Nobel da Paz.
Serviço:
Sessão solene de entrega da Salva de Prata a Dom Paulo Evaristo Arns
Dia 3 de outubro, segunda-feira, às 19h
Salão Nobre da Câmara Municipal de São Paulo
Viaduto Jacareí, 100 – 8º andar – Bela Vista
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Fonte: site do vereador Jamil Murad (PCdoB)
wwww.jamilmurad.com.br