Em entrevista à Agência Brasil, o coordenador de Recursos Hídricos da estatal, Carlos Gonzales, avaliou que a racionalização e a reutilização da água garantem à empresa uma segunda fonte de abastecimento, com a redução da demanda por água nova para as operações.

Ele informou que a Petrobras pretende concluir os projetos de reutilização para chegar a 2013 com uma economia adicional de cerca de 13 bilhões de litros de água por ano – o que levaria a empresa a reutilizar 20% da água necessária às operações.

“Um dos maiores projetos do mundo será implantado no Complexo Petroquímico do Rio (Comperj), que está sendo construído em Itaboraí, na região metropolitana da capital, onde a Petrobras utilizará uma solução inovadora – o aproveitamento da água de esgoto que será tratada para uso industrial”, disse.

Os dados indicam que a vazão prevista para o empreendimento pode alcançar até 1.500 litros por segundo, volume equivalente a 47,3 bilhões por ano. “Essa quantidade é suficiente para o consumo de uma cidade de 750 mil habitantes”. 

Paralelamente, a Petrobras desenvolve na Refinaria de Capuava (Recap), em São Paulo, projeto que é referência em racionalização do uso da água. “Lá desenvolvemos um projeto em que, pela primeira vez na América Latina, uma refinaria pratica o descarte zero de efluentes”.

Os números relativos ao projeto indicam que a refinaria deixou de captar 1 bilhão de litros de água por ano do Rio Tamanduateí, que corta o município onde a planta da refinaria está instalada.

“No que diz respeito ao descarte, a empresa deixou de lançar 700 milhões de litros de efluente industrial por ano para o mesmo rio. No caso, a refinaria poupa água que será destinada a usos diversos – na agricultura, no abastecimento público e nas indústrias”.

No Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), na Ilha do Fundão, zona norte do Rio, a estatal desenvolve o sistema ecoeficiente. “Um dos mais modernos do país, o novo sistema inclui uma estação de tratamento e reutilização de água, que permitirá o reaproveitamento de 600 milhões de litros do produto, com uma economia anual de R$ 12 milhões – o volume é suficiente para abastecer uma cidade com 15 mil habitantes durante um ano”. O sistema deverá entrar em operação ainda no fim deste ano, informou Gonzales.

Com a área ampliada em mais 200 mil metros quadrados, o Cenpes passará a consumir um total de 800 milhões de litros de água por dia. Segundo a Petrobras, cerca de 75% desse volume serão provenientes de captação da chuva e de água de reaproveitamento: a primeira será utilizada em jardins e sanitários e a dos efluentes sanitários, oleosos e químicos será tratada e destinada ao sistema de ar condicionado. “Com isso, o Cenpes poderá ficar até quatro dias sem água de fontes externas”, avaliou.

 

Fonte: Agência Brasil