Segundo confirmou o advogado chileno Eduardo Contreras, representante da citada coletividade, nesta segunda-feira se fará o pedido oficial ante o ministro Mario Carroza, que desde maio passado se ocupa da investigação do caso, depois que o ajudante de Neruda assegura que o patrão foi assassinado.

Manuel Araya, motorista e amigo pessoal do Nobel de Literatura (1971) declarou às autoridades judiciais em novembro passado que “Neruda não estava para morrer” e que “foi assassinado” pelo regime militar de Augusto Pinochet (1973-1990).

Relatou Araya que depois do golpe de Estado de 11 de setembro de 1973 a família e os amigos do poeta decidiram transladar de seu lar até a Clínica Santa María de Santiago por segurança.

Pensávamos que na clínica estaria mais seguro. “Nunca pensamos que lhe iam colocar uma injeção e ia morrer”, expressou.

Acrescenta em seu depoimento que estando já Neruda na mencionada clínica, lhe chamou por telefone para lhe dizer que lhe tinham injetado no estômago e que estava muito febril.

“Esse maldito veneno matou-o. Ele estava doente de câncer, mas estava muito bem. Nesse dia ele estava pendente de sua viagem ao México dois dias depois. Ele não estava mau e não tinha por que ter morrido. O governo militar não queria que saísse do país e por isso o fez”, opinou Araya.

De acordo com a informação propalada pelo regime militar, Neruda faleceu em 23 de setembro de 1973 na Clínica Santa María devido a um câncer de próstata.

No entanto, informações locais sustentam que o ministro Carroza já obteve os antecedentes do Hospital Carlos Van Buren da cidade de Valparaíso, onde Neruda se tratava a doença e que indicam que o mau estava controlado.

Já desde maio passado o Partido Comunista do Chile apresentou uma querela para esclarecer a causa e circunstâncias da morte do ilustre representante das letras latino-americanas.

O PCCH alegou que constituía um dever moral exigir a verdade sobre o falecimento daquele que foi também militante comunista e destacado representante político do Governo da Unidade Popular de Salvador Allende (1973-1990).

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Fonte: Prensa Latina