Nossa Política: Stálin o Porta Estandarte da Paz
ESTE mês de dezembro, no mundo inteiro, todos os que desejam a paz festejam com alegria mais um aniversário de José Vissarionovítch Stálin — o campeão da luta pela paz no mundo inteiro.
São os operários e os camponeses, as maiores vítimas da guerra; são as mães, esposas e filhas, que temem pela vida de seus filhos, maridos e pais; é a juventude, ameaçada diretamente pela morte nos campos de batalha ou de mutilação para o resto da vida; são, em cada nação, todos os patriotas que amam ao povo e que aspiram pelo seu bem-estar, pelo progresso e a independência de suas pátrias; são centenas de milhões de pessoas honestas e simples que não podem compreender a razão de ser ou a necessidade de novas hecatombes guerreiras e que aspiram pela paz e a fraternidade entre todos os povos do globo; são enfim centenas de milhões de seres humanos que festejam mais um aniversário do grande Stálin, porque é evidente para todos que ninguém como ele, o dirigente do mais poderoso país do mundo, da gloriosa União Soviética, que derrotou o nazismo a custa do sacrifício incomensurável de 16 milhões de vidas do seu povo laborioso e bom, da destruição de suas cidades, fábricas, de sua agricultura avançada, ninguém como Stálin tem feito tanto pela paz e pelo entendimento sincero e honesto entre os homens do mundo inteiro.
Construtor do socialismo vitorioso na URSS, para Stálin se voltam com os corações cheios de esperança todos os que no mundo penam sob a brutalidade da exploração capitalista e almejam a liquidação definitiva da exploração do homem pelo homem. Mas para Stálin se voltam igualmente centenas de milhões de seres humanos, homens e mulheres de todas as classes e camadas sociais que se sentem cada dia mais ameaçados pela insensatez de um pequeno grupo de canibais que pregam diariamente a necessidade e a fatalidade de novas guerras e da liquidação em massa de populações inteiras por meio de novas armas ultra-modernas, tudo em nome da defesa de uma pretensa “civilização cristã” que ninguém ameaça e em nome da qual aumenta sem cessar no mundo capitalista a miséria e a fome de todos os que trabalham e produzem.
Isto se dá porque a política staliniana é fundamentalmente uma política de paz, de luta incessante pelo entendimento entre todos os povos, pelo desarmamento progressivo e pela abolição total e imediata das armas atômicas, como armas de terror e de assassínio em massa.
Em que se baseia essa política staliniana de paz? Quais são os seus elementos fundamentais? Stálin parte naturalmente dos ensinamentos essenciais do leninismo. As guerras — demonstrou Lênin — são inerentes ao capitalismo. Enquanto existirem e dominarem uma parte do mundo os grandes monopólios e trustes imperialistas, a ameaça de guerras, de agressões armadas aos povos de todo o mundo, subsistirão. Mas, se as guerras são inerentes ao capitalismo, não quer isto dizer que as forças efetivamente democráticas e progressistas existentes no mundo não possam frustrar o desencadeamento de guerras imperialistas, conjurar pela sua coesão, pela sua força e decisão tais preparativos de guerra. Quanto mais forte seja a unidade das massas populares na luta contra a guerra, quanto mais vigorosamente ressoe a voz de protesto dos povos contra a guerra, tanto mais rapidamente terá fim o perigo de guerra. A potência e a solidariedade dos povos amantes da paz podem paralizar a ação das leis do capitalismo, podem paralizar fenômenos tais como a preparação de guerra e salvar o mundo de semelhante calamidade.
É, partindo dessa inabalável confiança na força das massas, que Lênin defendia intransigentemente desde os primeiros dias da existência do Estado soviético a possibilidade de sua coexistência pacífica com os países capitalistas, defendia ardentemente a possibilidade da construção do socialismo na URSS e já em 1919, em plena guerra civil, era capaz de afirmações verdadeiramente proféticas, como as que fez no VIIº Congresso dos Soviéts da Rússia:
“Eis aqui porque, baseando-nos na experiência de dois anos, podemos dizer-vos com absoluta segurança que cada passo em nossas vitórias militares aproximar-nos-á com extraordinária rapidez do período — agora, já muito próximo — em que consagraremos por inteiro nossas forças à edificação pacífica. Baseando-nos na experiência que já adquirimos, podemos garantir que nessa obra da edificação pacífica faremos nos próximos anos milagres incomparavelmente maiores que os que realizamos nestes anos de guerra vitoriosa contra a Entente mundialmente poderosa”.
Stálin foi, na verdade, o realizador dessa magnífica profecia.
Com a morte de Lênin em 1924, tomou em suas mãos poderosas a herança gloriosa que soube defender com energia e intransigência. A política staliniana é, na verdade, o desdobramento nas condições do mundo em evolução, dos preceitos fundamentais do leninismo implicitos na tese da possibilidade da construção do socialismo na URSS, da possibilidade da edificação pacífica, mau grado a existência do mundo capitalista envolvente e hostil.
Quais são, na verdade, as características da política staliniana nos anos que precederam a 2.ª guerra mundial, o criminoso e traiçoeiro ataque nazista de 22 de junho de 1941? A União Soviética deu um salto, como disse Stálin, e de 1928 a 1940, em pouco mais de treze anos dos três Planos Quinquenais, transformou-se de país atrasado, em país de vanguarda, de país agrário em país industrial. Mas é claro que essa obra histórica só foi possível porque o Estado soviético, sob a direção de Stálin sempre lutou, como luta atualmente, pela coexistência pacífica do socialismo com o capitalismo. Insistindo constantemente nos ensinamentos de Lênin, o camarada Stálin sempre proclamou que o sistema socialista e o sistema capitalista podiam coexistir pacificamente. No XVº Congresso do Partido bolchevique, em dezembro de 1927, dizia Stálin:
“Nossas relações com os países capitalistas são baseadas na possibilidade da coexistência dos dois sistemas opostos.”
Simultaneamente, sob a direção de Stálin, a União Soviética, sempre que houve ocasião, em todas as reuniões internacionais de que participou e muito especialmente na Liga das Nações, apresentou planos concretos e práticos visando o desarmamento e, mesmo, a supressão absoluta dos exércitos permanentes. Mas nisto está um aspecto apenas da orientação geral da política externa do Estado soviético sob a direção de Stálin, política de luta permanente pela paz no mundo inteiro e de constante preocupação no sentido de que fosse salvaguardada a paz, apesar da agressividade constante da política dos principais países imperialistas, particularmente a partir da eclosão da grande crise econômica de 1929 e da instauração do governo nazista na Alemanha. Assim, no XVIIº Congresso do Partido bolchevique, em janeiro de 1934, dizia Stálin:
“Nesse maremagnum pré-guerreiro de que é vitima toda uma série de países, a URSS se manteve durante esses anos firme e inquebrantável em suas posições de paz, combatendo a ameaça de guerra, lutando pela conservação da paz, estendendo a mão àqueles países que estão de uma ou outra maneira a favor da conservação da paz, desmascarando e denunciando aos que preparam, aos que provocam a guerra.”
E aqui já se observa outra característica permanente da política de paz staliniana — a denúncia infatigável dos incendiários de guerra, com a preocupação de alertar e despertar as grandes massas de todos os países do mundo, muito especialmente a classe operária. No longo período que precedeu a eclosão da 2ª guerra mundial, ensinou o camarada Stálin persistente e pacientemente aos comunistas do mundo inteiro a desmascarar a política dos incendiários de guerra, a despertar, a mobilizar e a organizar as grandes massas para a luta em defesa da paz, contra o fascismo e os preparativos de guerra em todo o mundo capitalista.
A política de paz staliniana se baseia, portanto, como acabamos de vêr, na confiança inabalável e ilimitada na força das grandes massas trabalhadoras e populares que odeiam a guerra e são capazes de lutar vitoriosamente pela paz. Mas, baseia-se ainda na defesa intransigente da tese leninista de coexistência pacífica dos sistemas capitalista e socialista, na luta permanente pelo entendimento pacífico entre todos os povos, em defesa da paz e do desarmamento em geral.
É essa a política de paz stalianiana que, aplicada de maneira permanente e intransigente nos últimos anos, que se seguiram à derrota militar do nazismo, tem constituído o esteio fundamental na salvaguarda da paz e que, cada dia melhor compreendida pelos povos do mundo inteiro, pelas centenas de milhões de partidários da paz, faz com que todos se voltem cheios de crescente reconhecimento e de amor profundo para a gloriosa União Soviética e seu dirigente genial, o grande Stálin.
O imperialismo mundial sofreu um duro golpe com a derrota militar do nazismo. Passado, no entanto, o primeiro momento de ascenção das forças democráticas no mundo inteiro, conseguiram as forças da reação imperialista se reagrupar e passar à ofensiva, apresentando-se ao mundo como os novos pretendentes à hegemonia mundial sob a direção do imperialismo norte-americano e do governo dos Estados Unidos. O camarada Stálin foi quem primeiro se dirigiu aos povos, chamando-os à luta decidida contra os novos provocadores de guerra, contra os propagandistas de uma 3.ª guerra mundial. Foi do camarada Stálin que partiu o primeiro brado de alerta e o apelo veemente para que se unissem no mundo inteiro os partidários da paz numa força poderosa, capaz de derrotar as novas maquinações guerreiras. Desde então, tem o camarada Stálin denunciado sistemática e impiedosamente a todos os provocadores de guerra e dirigido a imensa frente mundial de todos os que lutam pela paz e contra os preparativos de uma nova guerra mundial.
É, asism, que na entrevista que concedeu ao jornalista Gilmorc, em 22 de março de 1946, já o camarada Stálin dirigia-se diretamente às grandes massas do mundo inteiro, para dizer-lhes:
“É indispensável que a opinião pública e os meios dirigentes dos Estados organizem uma vasta contra-propaganda contra os propagandistas de uma nova guerra e pela salvaguarda da paz, que não deixem nenhum ato dos propagandistas de uma nova guerra sem a resposta necessária por parte da opinião pública e da imprensa, a fim de denunciar assim sem qualquer demora os fautores de guerra e de não lhes deixar nenhuma possibilidade de fazer mau uso da liberdade de palavra a custa dos interesses do povo.”
De então para cá, a denúncia e o desmascaramento dos provocadores de guerra tem sido a preocupação constante do governo soviético e do grande Partido Bolchevique, dos representantes soviéticos no Conselho de Segurança e nas sucessivas assembléias gerais da Organização das Nações Unidas, tem sido a tarefa infatigável de todos os dirigentes soviéticos com o grande Stálin à frente. São inúmeros os exemplos a citar, mas é de destacar fundamentalmente o esfôrço sistemático do governo soviético e de Stálin pessoalmente em prol da cessação das hostilidades na Coréia e a favor da solução pacífica do conflito coreano. Como modelo, no entanto, desse esfôrço paciente e sistemático do camarada Stálin, visando sempre o esclarecimento das grandes massas e o desmascaramento dos fautores de guerra, temos a sua histórica entrevista ao “Pravda”, em fevereiro do corrente ano, na qual mostra com simplicidade e clareza aos povos do mundo inteiro onde estão os inimigos da paz, que precisam ser combatidos e que os povos podem e devem derrotar:
“A Organização das Nações Unidas, fundada como baluarte da manutenção da paz, está se convertendo em um instrumento de guerra, em um meio para o desencadeamento de uma nova guerra.”
Esse desmascaramento da ONU torna-se efetivamente cada dia mais necessário, já que é à sombra de sua bandeira que se cometem desde junho de 1950, em território coreano, os piores crimes contra a humanidade, e é ainda em nome de pretensos “compromissos” internacionais assumidos com a adesão à ONU que os governos submissos a Washington procuram arrastar os povos para a guerra, inclusive o governo do sr. Vargas que já declarou em nota oficial que saberá cumprir “em tempo útil” os “compromissos” com a ONU, o quesignifica prometer soldados, marinheiros e aviadores brasileiros para as matanças de Truman.
E é justamente porisso que na mesma entrevista, o camarada Stálin, que se preocupa com a sorte de todos os povos e quer ser compreendido por todos os povos, prosseguindo no desmascaramento dos provocadores de guerra, refere-se em seguida a todos e a cada um dos países cujos governos participam dos planos agressivos dos incendiários de guerra norte-americanos:
“O núcleo agressor da ONU, o formam os dez países membros do agresisvo Pacto do Atlântico Norte (Estados Unidos, Inglaterra, França, Canadá, Bélgica, Holanda, Luxemburgo, Dinamarca, Noruega e Islândia) e os vinte países latino-americanos (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, República Dominicana, Equador, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela). Os representantes desses países são os que decidem agora na ONU a sorte da guerra e da paz.”
“Não somente os Estados Unidos e o Canadá aspiram ao desencadeamento da guerra em qualquer parte da Europa ou da Asia, mas esse caminho é igualmente seguido pelas vinte nações da América Latina, onde os latifundiários e comerciantes têm sede de guerra em qualquer parte da Europa ou da Asia, a fim de venderem aos países beligerantes mercadorias a preços exorbitantes e ganharem, neste negócio sangrento, milhões.”
Esse desmascaramento dos verdadeiros culpados, da minoria de incendiários de guerra existente em cada país constitui excepcional ajuda a todos os povos em sua luta em defesa da paz e, particularmente a nós, povos da América Latina, permite melhor compreender contra quem devemos nos dirigir nosso golpe principal a fim de impedir que nossos povos sejam arrastados para a guerra e para ajudarmos a todos os povos a salvaguardarem a paz no mundo inteiro.
Mas o camarada Stálin, ao mesmo tempo que denuncia os multi-milionários, que consideram a guerra como uma fonte de imensos lucros, como os inimigos irreconciliáveis da paz, contra os quais os povos devem lutar, inimigos que devem e podem ser derrotados pelas forças unidas dos partidários da paz, ensina detalhada e pacientemente quais são as consequências imediatas para as grandes massas trabalhadoras em todo o mundo capitalista dessa política de preparação para a guerra e de insensata corrida armamentista. Na referida entrevista ao “Pravda”, com as suas observações percucientes sobre a política de guerra do governo laborista inglês, o camarada Stálin com palavras simples e exemplos concretos, arma teoricamente a todos os partidários da paz a fim de que possam mostrar às grandes massas a íntima relação existente entre a situação de miséria crescente em que se debatem e a política de guerra e de militarização crescente dos governos submissos aos monopólios ianques e ao Departamento de Estado norte-americano.
A luta paciente e sistemática que vem fazendo a União Soviética contra a corrida armamentista e a favor do desarmamento geral é outra forma concreta da política de paz do camarada Stálin que muito tem concorrido para a educação das grandes massas e para o desmascaramento das intenções sinistras dos incendiários de guerra.
São inúmeros os planos concretos de desarmamento já apresentados pela União Soviética desde que terminou a 2.ª guerra mundial. E ainda agora, na atual assembléia geral da ONU, é Vishinski quem apresenta proposições concretas em gritante contraste com o pretenso plano de paz da delegação de Truman. Enquanto os Estados Unidos, a Inglaterra e a França propõem fazer estatísticas sobre as forças armadas e sobre os armamentos, à sombra das quais não ocultam sua intenção de prosseguir na carreira armamentista, na construção de bases militares o mais próximo possível das fronteiras soviéticas, na fabricação acelerada de armas atómicas, de intensificar a guerra na Coréia, no Viet-Nam e nos demais países coloniais onde os povos lutam pela independência nacional, é a União Soviética quem propõe medidas concretas determinando a proibição imediata da fabricação de armas atómicas, a redução essencial das forças armadas e dos armamentos e a conclusão de um Pacto de Paz entre as cinco grandes potencias, além de outras providências correlatas sobre o agressivo Pacto do Atlântico Norte e as bases militares em territórios alheios.
No seu afã incessante em defesa da paz no mundo inteiro, o camarada Stálin ainda há pouco, diante da gritaria levantada na imprensa norte-americana em relação com as experiências com a bomba atómica na União Soviética, aproveitava o ensejo para fazer novas declarações formais a respeito da proibição da arma atômica, como arma de terror e de extermínio em massa:
“A União Soviética, disse Stálin, pronuncia-se pela proibição da arma atômica e no sentido de que cesse a fabricação de tal arma. A União Soviética pronuncia-se pelo controle internacional, a fim de que a decisão da proibição da arma atômica e da cessação da fabricação de tal arma, bem como da utilização exclusivamente para fins civis das bombas atômicas já fabricadas, seja cumprida rigorosa e conscientemente.
A União Soviética manifesta-se precisamente por esse controle. Os políticos americanos também falam em “controle”, mas o “controle” deles não se baseia na cessação da fabricação da arma atômica, mas na continuação dessa fabricação e, além disso, em número correspondente à quantidade de matérias primas de que este ou aquele país dispuser. Por conseguinte, o “controle” americano não se baseia na proibição da arma atômica, mas na sua legitimação. Desse modo é legítimo o direito dos incendiários de guerra de exterminar, com auxílio da arma atômica, dezenas e centenas de milhares de pessoas da população civil.”
E o camarada Stálin, a par desse total desmascaramento da política de duas caras praticada pelo governo dos Estados Unidos, aproveita o ensejo para ensinar ainda às grandes massas trabalhadoras e a todos os partidários da paz do mundo inteiro o que vale o progresso científico e técnico nas mãos do proletariado. O domínio da energia atômica pelos cientistas soviéticos serve não apenas para facilitar e acelerar as grandiosas obras do comunismo, as grandes obras de paz da União Soviética, mas também como um elemento decisivo e convincente em defesa da paz e em prol da proibição das armas atômicas, porque, como diz francamente o camarada Stálin:
“Eu penso que os partidários da bomba atômica só aceitarão a proibição da arma atómica se virem que já não são, mais os monopolistas de tal arma”.
De arma de extermínio em massa de populações civis, compreendem assim os povos do mundo inteiro, como se transforma a energia atómica e a bomba atômica, nas mãos do proletariado no poder sob a direção do Partido Bolchevique e do grande Stálin, em poderosa e verdadeira arma em defesa de uma paz durável entre todos os povos.
Enfim, tudo isso nos mostra que a característica fundamental da política staliniana de paz, como convém acentuar e insistir, está na inabalável confiança que o camarada Stálin deposita nas grandes massas trabalhadoras e nas forças da paz do mundo inteiro. Já em outubro de 1948, falando a um correspondente do “Pravda”, tinha o camarada Stálin ocasião de afirmar:
“Os horrores da recente guerra estão por demais vivos na memória dos povos e as forças sociais que são a favor da paz são bastante” grandes para que os discípulos de Churchill em matéria de agressão possam alcançar sucesso e desviá-las no sentido de uma nova guerra.”
De então para cá, são inúmeras as afirmações idênticas do camarada Stálin e de seus colaboradores mais próximos, sempre, no sentido de incutir nas grandes massas a confiança em suas próprias forças e a convicção profunda de que elas podem efetivamente conjurar o perigo de guerra, podem sustar o braço assassino dos miliardários que querem transformar em ouro os sofrimentos e o sangue de todos os povos. Este o sentido das palavras memoráveis ditas por Stálin em suas já citadas declarações ao “Pravda”, de fevereiro do corrente ano, e que hoje guiam e estimulam a todos os povos na luta vitoriosa que estão travando em defesa da paz no mundo inteiro:
“A paz será conservada e consolidada se os povos tomarem em suas mãos a causa da paz e se a defenderem até o fim.”
Mas é o próprio Stálin que logo a seguir adverte:
“A guerra pode ser inevitável, se os incendiários de guerra conseguem confundir com mentiras as massas populares, enganá-las e arrastá-las a uma nova guerra mundial.”
Palavras que, na verdade, como que sintetizam todo um programa de ação e de luta em defesa da paz. A tarefa que nos cabe realizar, a todos nós, partidários da paz, e muito especialmente aos comunistas, consiste justamente em alertar as massas para não permitir que elas sejam enganadas, mas, igualmente, em uni-las e organizá-las a fim de que possam lutar vitoriosamente contra a guerra, possam efetivamente conjurar o perigo de guerra, possam impedir aos governantes sua vontade de paz e para que não se deixem, de forma alguma, surpreender e arrastar a uma nova carnificina em qualquer parte do mundo.
A ampla campanha pela conservação da paz, como ensina o próprio Stálin, tem por isso “uma importância primordial” no momento que atravessamos. É esta a tarefa central e decisiva que hoje enfrentamos todos os que almejam pelo bem-estar do povo, pela independência da pátria e pelo progresso social. Lutar pela paz, participar ativamente do amplo movimento mundial dos partidários da paz, e defender a democracia e a vida do povo, é a tarefa imediata de todos os democratas e patriotas de todas as classes e camadas sociais, independentemente de convicções políticas e de crenças religiosas.
No entanto, é a nós, comunistas, que cabe a principal responsabilidade na realização vitoriosa dessa tarefa decisiva que consiste em mobilizar e organizar o nosso povo em defesa da paz. Devemos reconhecer que ainda subestimamos a importância decisiva da luta pela paz e que precisamos redobrar de esforços no sentido de alcançarmos sem maior demora uma justa compreensão dessa tarefa que. é hoje a tarefa central a que todas as outras estão subordinadas; precisamos redobrar de esforços para acabar com as tendências de direita e esquerda em nossas fileiras que dificultam ainda a consolidação e a ampliação de um grandioso movimento em defesa da paz em nossa terra. A luta pela paz é a nossa tarefa central e decisiva, porque é com a bandeira da paz que os povos hoje avançam no caminho da libertação nacional e do progresso social.
Redobremos de esforços no sentido de acelerar a coleta de 5 milhões de assinaturas em prol do Apelo do Conselho Mundial da Paz por um Pacto de Paz entre as cinco grandes potências, exijamos do governo brasileiro que ponha fim à sua política de militarização e de gastos isensatos com armamentos e construções militares, exijamos que saiam do país as missões militares ianques e que as tropas norte-americanas abandonem nossas bases militares, não permitamos que prossiga a pilhagem das riquezas naturais de nossa terra e que os minerais brasileiros continuem a ser mandados para fora do país para alimentar a máquina de guerra norte-americana, exijamos a volta imediata dos marinheiros brasileiros e não permitamos a saida de um só soldado para ir lutar no estrangeiro.
Proclamando bem alto que o povo brasileiro jamais lutará contra a União Soviética, Pátria do Socialismo e baluarte da paz, estendamos a mão a todos os nossos compatriotas de todas as classes sociais, quaisquer que sejam suas opiniões políticas e suas crenças religiosas e com todos reforcemos o Movimento Brasileiro dos Partidários da Paz e marchemos lado a lado em defesa da paz e pelo completo isolamento da minoria reacionária de partidários da guerra e lacaios do imperialismo, ricaços sanguinários e egoístas, traidores e renegados de nosso povo.
Consolidar e ampliar a luta em defesa da paz em nosas terra — esta a homenagem de nosso amor e respeito ao glande Stálin pelo transcurso de seu 72.º aniversário.
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Para fazer vitoriosa a campanha pelos cinco milhões de assinaturas, precisamos, pois, saber nos dirigir a todos os setores sociais, convencidos de que em toda a parte, entre os operários e camponeses, entre as donas de casa, entre os funcionários públicos, os profissionais liberais, entre os industriais e comerciantes, como entre os políticos, os cientistas, os escritores e artistas etc. e mesmo nas mais altas esferas do governo do país, encontraremos homens e mulheres com sentimentos humanos que não podem de forma alguma desejar uma terceira guerra mundial e que, suficientemente esclarecidos por nós, poderão dar seu concurso e sua assinatura para a campanha por uma paz sólida e durável.
Luiz Carlos Prestes
Nas condições brasileiras, a formação de nosso Partido, como vanguarda organizada e consciente da classe operária, só será possível atraves do combate persistente, intransigente e enérgico contra todas as manifestações de direita e de esquerda, da influência ideológica da pequena-burguesia no seio do Partido.”
Luiz Carlos Prestes