Cineastas criticam ação no Pinheirinho em premiação do governo Alckmin
A poucos passos do secretário Andrea Matarazzo (Cultura), um dos pré-candidatos do PSDB à Prefeitura de São Paulo, a dupla começou polida. “A gente precisa disso para continuar trabalhando”, agradeceu Dutra, segurando o prêmio – um cheque de R$ 60 mil. Em seguida, o cineasta disse que ele e a parceira não conseguem “ser frios” à realidade em volta. E, por isso, precisavam se manifestar sobre algo.
Foi a deixa para que Rojas lesse uma “moção de repúdio” à reintegração de posse da área no Pinheirinho, deflagrada pela PM no domingo. “Vence mais uma vez a política do coturno em prol do capital”, disse ela. “E o governo do Estado lavou as mãos sobre o caso.”
O governador Geraldo Alckmin chegou menos de um minuto após finalizado o discurso, acompanhado da primeira-dama, dona Lu. Após a cerimônia, Matarazzo disse à Folha que a dupla tinha direito de fazer o discurso, mas que ele endossa a operação policial.
O Prêmio Governador do Estado entregou a maior bolada da noite, de R$ 100 mil, para Renata de Almeida, eleita destaque cultural de 2011. Desde os anos 90, ao lado do marido Leon Cakoff (1948-2011), ela é responsável pela Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.
Fora do país, Renata não compareceu à cerimônia, mas enviou representante para ler uma carta de agradecimento. Nela, dizia que a indicação para o prêmio foi “uma faixa de luz que iluminou um caminho que andava tão escuro”. Os louros foram divididos com o marido Cakoff, que morreu no ano passado, vítima de um melanoma no cérebro.
Na premiação, foram entregues R$ 60 mil para sete outras categorias escolhidas pelo júri. Paralelamente, ocorreu uma votação popular.
Com informações da Folha de S.Paulo