Aflaliana
Aflaliana
Faço minha própria defesa contra Calabares
contemporâneos,
da atroz força escura que golpeia,
capitães-do-mato desta época de engravatados moribundos,
tristes ratos sorridentes, alcagüetes,
tumbeiros dos sonhos do povo.
Os lacaios da corte seguem a tradição
de não deixar rastros de sangue nos punhais,
procuram semear tenebrosos quartéis,
estátuas da infâmia de delirante marfim
e armam fuzilarias sonoras para proletários e camponeses.
Eu junto minhas mãos às mãos de meus irmãos de classe.
As togas do Generalíssimo e do chacal estão ensangüentadas
e uma flor profunda há de romper os marmóreos palácios
e nascerá da carne de meu pai o pão da justiça.
Paulo Fonteles Filho