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    Comunicação

    Malabares para um cotidiano

    Malabares para um cotidiano   Dentre os meus tenho o sotaque mais estranho. Meus versos partem em busca de esconderijos pela casa. Zanzam noturnos como ratos na cozinha. Mas falo do palco, do trapézio, do contorcionismo lexical da poesia. Eles fazem sim com a cabeça, simulam sobre os olhos atenção e engatam com a prosa […]

    POR: Redação

    1 min de leitura

    Malabares para um cotidiano

     

    Dentre os meus tenho o sotaque
    mais estranho.


    Meus versos partem em busca
    de esconderijos pela casa.


    Zanzam noturnos como ratos na cozinha.


    Mas falo do palco, do trapézio,
    do contorcionismo lexical da poesia.


    Eles fazem sim com a cabeça,
    simulam sobre os olhos atenção
    e engatam com a prosa corriqueira:
    O vizinho que pôs o lote à venda,
    a ração do gado que deve ser complementar,
    a ingenuidade capital que tinha nosso pai.


    Fico por aqui, prendo nos olhos
    feições secretas do mandacaru.


    E da cozinha surge a voz da mesa posta.
     

    Mas nos amamos sob a mesma lona
    e construímos ali juntos
    nossos trejeitos inocentes.

     

     

    Marta Eugênia
    Professora de Língua Portuguesa
    http://eugenico.blogspot.com/