A sequência da exposição incluiu: 1) Revolução Industrial e industrialização (noções); 2) o conceito de desenvolvimento e subdesenvolvimento, segundo Celso Furtado; 3) diferentes processos da desindustrialização (capitalismo central e periférico); 4) causas e enfrentamento da desindustrialização no Brasil.

Os debates, questões e perguntas demonstraram o elevado nível de acúmulo e acompanhamento dos problemas nacionais pela diretoria do sindicato. Problemas do Brasil e compreensão classista daquilo que afeta os trabalhadores: preocupações em como levar adiante as mobilizações com junto com empresários mineiros, em especial os organizados na Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG). Bem como em assegurar a independência completa e a garantia do “não turvamento” dos interesses dos operários.

Com efeito, em duas oportunidades anteriores – uma manifestação pública e um seminário – trabalhadores e empresários denunciaram os malefícios da desindustrialização no Estado e no Brasil. Assim como o grave efeito sobre o emprego, a manutenção e do fortalecimento da indústria, o incremento da tecnologia e crescimento da produtividade, para o aumento dos salários estiveram no centro da reunião em Betim.

Tensão

Segundo afirmou Barroso, a orientação macroeconômica que persiste “vem agora revelando o tamanho dos problemas desse modelo denominado “social-desenvolvimentismo” – ou híbrido”. Não há no Brasil um novo modelo de desenvolvimento. “Isso é falso”, disse ele. “Há apenas um esboço. Por isso está na ordem do dia a luta por um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento”. Os gravíssimos efeitos de políticas cambial e monetária ortodoxas, combinadas com a desnacionalização e as privatizações da era neoliberal de FHC, “estão mostrando claramente a necessidade da (re)industrialização do país”, disse o diretor da Fundação.

Em resumo, nas mais de três horas de debates e opiniões dos trabalhadores, e diante de certa tensão dando conta da repercussão de uma aliança “pontual” – expressão do ex-presidente do sindicato, Marcelino Orozimbo -, a questão foi muito bem respondida pela diretora e membro do Comitê Central do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Andréia Diniz. “Nossa visão coloca em primeiro lugar os problemas do Brasil. Nós não vamos abrir mão de nada dos nossos direitos e reivindicações”, disse ela.