5. Travar a Luta Ideológica no Partido

Para que possa cumprir a sua tarefa de guia e organizador dos trabalhadores, deve o Partido travar sem hesitações uma luta interior persistente e decidida nas duas frentes, contra os desvios oportunistas de direita e de “esquerda” da linha do Partido.

A luta contra os desvios, a luta pela eliminação dos defeitos e das fraquezas que dificultam ou freiam a atividade do Partido e das massas populares, está em íntima ligação com o esforço constante pela elevação do nível ideológico do Partido e pela mobilização de todos os membros do Partido para a discussão, assimilação e aplicação das tarefas do Partido.

O Partido cresce e progride a despeito dos elementos oportunistas ou sectários que tudo fazem na prática para empurrá-lo para trás, cresce e progride apesar das tentativas dissimuladas do inimigo no sentido de procurar golpeá-lo por dentro. No entanto, ainda não travamos no Partido a luta ideológica necessária e indipensável. Os militantes e as organizações do Partido, em geral, não são ainda capazes de manter uma posição intransigente em relação às tendências oportunistas e sectárias, nem de opor uma barreira intransponível às tentativas de penetração policial e de desmascarar em tempo os agentes do inimigo de classe infiltrados em nossas fileiras.

A vigilância ideológica e revolucionária é um dever de cada militante, mas só poderá ser cumprido por aqueles que tenham feito esforços por assimilar o marxismo-leninismo e saibam defender com firmeza seus princípios. O estudo do marxismo-leninismo, deve, portanto, ser desenvolvido em íntima ligação com a luta ideológica contra todas as manifestações de ideologias estranhas ao proletariado nas fileiras do Partido. Neste sentido, o gume de nosso ataque deve estar particularmente voltado contra todas as manifestações de nacionalismo burguês, contra as tendências nacional-reformistas, contra o «golpismo» aventureiro do radicalismo pequeno-burguês, contra as diversas tendências direitistas que levam a renunciar a uma política independente da classe operária, contra o sectarismo que leva ao abandono das massas ou à inaptidão a realizar qualquer trabalho de massas.

Mas a luta ideológica significa também o combate persistente a todas as teorias falsas que já tiveram curso no Partido em diversos períodos de sua vida e que por não terem sido em tempo devidamente destruídas, sob uma forma ou outra, ainda persistem em nosso meio, como, por exemplo, a chamada “teoria da terceira revolta”, a falsa tese do “desenvolvimento pacífico”, as incompreensões a respeito da luta de classes ou do caráter da revolução no Brasil em sua atual etapa. etc.

A luta ideológica significa ainda a defesa intransigente do materialismo dialético e do materialismo histórico contra seus detratores, confessos ou hipócritas, e obriga a travarmos um combate vigoroso contra todos os aspectos do idealismo. Neste sentido, tem particular importância o combate ao subjetivismc que se manifesta em nossas fileiras tanto através do empirismo como do dogmatismo. Em ligação com isto, devemos dedicar maior atenção à intelectualidade comunista que necessita receber uma ajuda especial para que se possa libertar das influências ideológicas burguesas e progredir no sentido da ideologia do proletariado. Não é admissível que pessoas que proclamam ser membros do Partido vivam prosternadas ante a cultura burguesa decadente, propaguem concepções contrárias aos princípios do Partido e resistam ao estudo e à propaganda das grandes idéias de Marx, Engels, Lênin e Stálin. Como ensina o grande Lênin:

“O partido é uma associação voluntária que se desagregaria inevitavelmente, primeiro ideológica, depois materialmente, se não se depurasse de todos os seus membros que propagam concepções contrárias a seus princípios. Para demarcar as fronteiras entre o que corresponde às concepções do Partido e o contrário, é que existe o Programa do Partido, é que estão as resoluções do Partido e seus Estatutos.»