Camaradas:

O povo soviético está colhendo os frutos da profundíssima revolução cultural realizada em nosso país. Não há um só país capitalista que tenha tantas escolas, escolas técnicas, centros de ensino superior, instituições de investigação científica, estações e laboratórios experimentais, teatros, clubes, bibliotecas e outros estabelecimentos culturais e educativos como a União Soviética. (Aplausos.)

A situação da instrução pública é um brilhante índice dos êxitos que alcançamos no incremento da cultura. Na URSS foi estabelecido na cidade e no campo o ensino geral de sete graus; nas cidades principais foi introduzido no fundamental o ensino médio de dez graus.

O projeto de Diretivas para o sexto Plano Quinquenal estipula a implantação durante o próximo quinquênio, no fundamental, do ensino secundário geral em todas as cidades e localidades rurais. Trata-se de uma tarefa essencialíssima, cujo cumprimento requer um considerável reforço da base material e docente da escola de instrução geral.

Até agora, os alunos dos graus superiores da escola secundária e os das escolas médias especiais e centros de ensino superior têm de contribuir com uma pequena quantia pela matrícula. A fim de criar condições mais propícias para levar a cabo o ensino secundário geral e proporcionar à juventude as maiores facilidades para obter instrução superior, resolveu-se abolir o pagamento da matrícula a partir do novo ano escolar. (Aplausos.)

Nosso ensino padece de um sério defeito: certa separação entre o ensino e a vida, uma insuficiente preparação para as atividades práticas quando os escolares terminam seus estudos. Apesar de que nas Diretivas do XIX Congresso do Partido para o quinto Plano quinquenal estipulavam-se medidas destinadas a dar ao ensino um caráter politécnico, a coisa marcha muito devagar. Numerosos trabalhadores da instrução pública e da Academia de Ciências Pedagógicas continuam falando em linhas gerais da utilidade do ensino politécnico e não fazem nada para levá-lo à prática. É necessário, passar com mais rapidez das palavras aos fatos. Para fortalecer os vínculos da escola com a vida é preciso não só introduzir nos cursos novas matérias que proporcionem aos alunos uma base de conhecimentos da técnica e da produção, mas também acostumar sistematicamente esses últimos a trabalhar em empresas, colcoses, sovcoses, campos experimentais e oficinas escolares. É preciso reformar o programa de estudos da escola secundária e orientá-lo para uma maior especialização profissional, a fim de que os rapazes e moças que terminam o décimo grau possuam uma boa instrução geral que lhes abra o caminho para o ensino superior e, ao mesmo tempo, estejam preparados para a atividade prática, já que uma grande parte deles deverá incorporar-se imediatamente ao trabalho em diferentes setores da economia nacional.

Durante o sexto quinquênio, nosso país dará um novo e importante passo na criação da potente base material e técnica da sociedade comunista. Mas devemos resolver também o problema de criar todas as premissas espirituais necessárias para levar a cabo a histórica transição da fase inferior do comunismo à sua fase superior.

A propósito disso convém que nos detenhamos a examinar um problema de educação da nossa jovem geração que tem enorme importância social.

Em consequência da guerra, muitas mulheres tornaram-se viúvas e tiveram que encarregar-se da complexa tarefa de educar seus filhos. Existem também muitas famílias nas quais o pai e a mãe trabalham na produção ou nas instituições e só por momentos podem atender à educação de seus filhos. Em tal situação, muitos meninos ficam confiados aos cuidados de algum parente ou vizinho e, às vezes, sem cuidado algum. Por conseguinte, uma boa parte da infância se vê abandonada à sua própria sorte, o que frequentemente acarreta más consequências. Não é necessário dizer que a família e a escola foram e continuam sendo os principais centros de educação socialista da criança. Mas não podemos nos limitar a isso.

Se lançarmos um olhar retrospectivo sobre um passado não muito remoto, veremos que, além da escola geral, as classes dominantes tinham um sistema próprio de educação da jovem geração, em consonância com o regime e o espírito da época. O Estado fundava instituições especiais de puericultura, nas quais se preparava a jovem geração de acordo com os interesses das classes possuidoras; os corpos de pajens e de cadetes, os institutos de donzelas nobres, etc., etc. Naquelas instituições vedadas, os meninos e meninas se educavam no espírito aristocrático.

O País do Socialismo pode e deve organizar a educação da infância de maneira incomparavelmente melhor e mais perfeita, visto que não devemos formar uma casta aristocrática profundamente hostil ao povo, mas sim forjar os construtores da nova sociedade, a pessoas de alma generosa e elevados ideais, abnegados servidores de seu povo que marcham na vanguarda de toda a humanidade progressista. {Prolongados aplausos.)

Como devemos abordar praticamente esta tarefa? Pelo visto, será conveniente empreender a construção de escolas-internatos (o nome é coisa a ser pensada) nas imediações das cidades, em lugares de veraneio e em maciços florestais saudáveis. Em tais escolas deve haver salas de aula espaçosas e claras, bons dormitórios, confortáveis refeitórios e locais cuidadosamente aparelhados para a realização de toda classe de exercícios, que reúnam o máximo de condições para o múltiplo desenvolvimento físico e espiritual do jovem cidadão do País Soviético. Os educandos ingressarão nessas escolas exclusivamente a pedido de seus pais. Atenderão a um regime de internato e seus pais poderão estar com eles em dias de festa, em épocas de férias ou fora das horas de aula. Para estas escolas deverão selecionar-se bons educadores, com alta vocação de engenheiros de almas da jovem geração.

A quantia a ser paga pela educação nas escolas a que nos referimos deverá ser diferente, pelo menos nos primeiros tempos. Aqueles meninos cujos pais ganhem pouco ou tenham uma família numerosa deverão ser admitidos às expensas do Estado. Os pais que ganhem maiores salários pagarão certa parte da educação e manutenção de seus filhos no internato. E, finalmente, uma determinada categoria de pais poderá tomar a seu cargo todos os gastos que efetue o Estado para educar seus filhos.

É difícil superestimar a enorme importância deste sistema de educação. Para pô-lo em prática não devemos poupar recursos nem esforços, pois estes darão fruto centuplicado. (Aplausos.)

Também devemos empreender a solução de outra enorme tarefa, educativa: a de garantir lugares nas creches e nos jardins de infância mantidos pelo Estado a todos os meninos de idade pré-escolar cujos pais o desejem. Para resolver plenamente tal tarefa necessitar-se-á não pouco tempo, mas durante o presente quinquênio devemos desenvolver amplamente o trabalho neste sentido. Na construção e manutenção das creches e estabelecimentos para cuidar das crianças, nas localidades rurais, deverão tomar parte não só os organismos do Estado, mas também os colcoses. A solicitude pelas crianças, por sua educação, é uma obra de interesse público. Nossa sociedade soviética continuará mostrando excepcional interesse pela educação comunista da jovem geração. (Prolongados aplausos.)

Em nosso país realizou-se um enorme trabalho de preparação de pessoal qualificado para todos os setores da economia nacional. Durante o quinto quinquênio, nos centros de ensino superior da União Soviética graduaram-se mais de 1.120.000 especialistas, isto é, 72% mais que no quarto quinquênio. Aumentou o contingente de especialistas graduados em centros de ensino superior noturnos ou por correspondência. No quinto quinquênio, estes últimos estabelecimentos prepararam mais de 260.000 especialistas, ou seja, 2,7 vezes mais que durante o quinquênio precedente. Melhorou também a preparação de pessoal qualificado com instrução média.

Podemo-nos sentir plenamente satisfeitos no que concerne à quantidade. Mas é necessário prestar séria atenção à qualidade da preparação dos especialistas. Um dos grandes defeitos existentes é a escassa ligação da educação superior com a prática, com a produção, seu atraso em relação ao nível moderno da técnica. Os jovens engenheiros e agrônomos não recebem ainda nos centros de ensino superior suficientes conhecimentos sobre as questões concretas da economia do ramo a que se vão dedicar e da organização da produção. A prática profissional dos estudantes necessita ser radicalmente melhorada.

Temos diante de nós a tarefa de reorganizar o trabalho dos centres docentes de tal modo que seus alunos estejam vinculados à vida, à produção, a empresas concretas, colcoses e sovcoses que lhes proporcionem hábitos profissionais.

Neste sentido devemos assinalar a inadequada distribuição territorial dos estabelecimentos de ensino superior do país, que se acham concentrados principalmente em grandes cidades como Moscou, Leningrado, Kiev, Tbilissi, Karkov, Baku, Tashkent, Minsk e outras. Nota-se a tendência não de reparti-los por todo o país, mas, ao contrário, de concentrá-los mais nas mesmas cidades. Esta situação deve ser considerada absolutamente anormal. Está madura a necessidade de rever o sistema de localização das instituições de ensino superior, distribuindo-as pelos centros de produção, por aqueles lugares onde há maior necessidade de especialistas.

É particularmente inadmissível a situação criada no que diz respeito à localização dos estabelecimentos de ensino superior agrícola, concentrados, em grande parte, nas grandes cidades. Seria conveniente que os ministérios da Agricultura, dos sovcoses e do Ensino Superior estudassem o problema da justa distribuição territorial dos centros superiores de ensino agrícola. Um instituto agrícola deve ter, ao que parece, dois ou três mil hectares de terra e boas granjas. E todos os trabalhos serão efetuados, no fundamental, pelos estudantes, com o objetivo de que a preparação, geral e teórica se combine com uma boa prática e de que os alunos adquiram os hábitos necessários e aprendam a dirigir acertadamente a agricultura. (Aplausos.)

Ao fundar novos centros superiores de ensino agrícola na base, por exemplo, dos sovcoses, será necessário criar condições propícias para o fecundo trabalho dos professores. É necessário começar já a resolver o problema da mais justa distribuição territorial dos centros de ensino agrícola.

Neste mesmo sentido devemos pensar no deslocamento dos institutos de medicina e de pedagogia, com vista a melhorar a preparação de médicos e professores nas repúblicas, territórios e regiões.

É preciso estender consideravelmente a rede de centros de ensino superior noturnos ou por correspondência e aperfeiçoar o trabalho dos mesmos. É preciso criar as condições mais favoráveis para que os operários, os empregados e os colcosianos estudem sem abandonar o trabalho, pois este é um meio seguro, comprovado por uma grande prática, de preparar engenheiros e peritos qualificados, bons conhecedores da produção. Nas condições atuais, quando anualmente se incorporam à indústria e à agricultura milhares e milhares de moços e moças que terminaram seus estudos na escola secundária, surgem enormes possibilidades para fomentar o ensino superior por correspondência, sem abandonar o trabalho.

Por estranho que pareça, a preparação. de especialistas para diversos setores da economia nacional continua frequentemente sendo determinada não pelas perspectivas de desenvolvimento dos mesmos, mas, em boa parte, por pedidos injustificados e às vezes pouco meditados dos ministérios e departamentos. Isso traz como consequência que enquanto num ramo da economia ou da cultura há excesso de especialistas, em outro se nota escassez. Constitui também um grande defeito que os especialistas para a indústria e a agricultura se preparam sem ter em conta as peculiaridades das zonas do país, sem ter em conta os distritos e as empresas onde vão trabalhar. È imprescindível acabar resolutamente com tais defeitos.

Camaradas:

Nenhum regime social, está tão interessado no fomento da ciência nem facilita tanto seu desenvolvimento como o regime socialista soviético. Com a ajuda constante e eficaz do Partido Comunista e do Governo soviético, nossos cientistas alcançaram notáveis êxitos em diversos setores da ciência, entre eles a Física, a Geologia, as Matemáticas, a Mecânica, a Astronomia, a Zoologia e alguns setores das ciências agrícolas.

Os homens de ciência soviéticos resolveram magnificamente e em pouco tempo o problema da obtenção da energia atômica, enriquecendo os recursos energéticos de nosso país e trabalham com êxito para fomentar a economia nacional e fortalecer a segurança de nossa Pátria. Mercê dos esforços de nossos homens de ciência foram criadas obras tão notáveis do pensamento técnico como as máquinas calculadoras eletrônicas e diversos aparelhos e mecanismos; outros complexos problemas do desenvolvimento da ciência e da técnica são resolvidos com êxito. Permití-me que da tribuna do Congresso, expresse a profunda gratidão do povo a nossos homens de ciência por seu fecundo trabalho. (Tempestuosos e prolongados aplausos.)

As realizações da ciência soviética são grandes e indiscutíveis. Mas, ao mesmo tempo, não podemos fechar os olhos ante o fato de que a atividade de muitas de nossas instituições científicas padece de grandes deficiências; de que, em determinados setores, nossa ciência está evidentemente atrasada no que diz respeito às crescentes necessidades da economia nacional e, em certos setores, no que diz respeito ao progresso científico do estrangeiro.

Um dos motivos destes defeitos reside na débil ligação de muitas instituições científicas com a prática, com a produção. Alguns centros científicos trabalham sobre problemas de escassa importância prática e não generalizam as melhores experiências de nossa construção. A rede de institutos científicos e de estações experimentais está distribuída sem ter em conta as condições econômicas e naturais. Muitos institutos de investigação e centros superiores de ensino acham-se longe das bases de produção. Em Moscou, por exemplo, têm sede três instituições científicas oceanográficas e marítimas: o Instituto Hidrofísico Marítimo, o Instituto de Oceanologia da Academia de Ciências da URSS e o Instituto de Oceanografia do Serviço Hidrometeorológico. Existem também dois institutos de minas: o da Academia de Ciências da URSS e o do Ministério da Indústria Carbonífera. Não é um pouco exagerado para o Mar de Moscou e as colinas Vorobiov? (Risos. Aplausos.) É necessário modificar essa situação inadequada e aproximar das bases produtoras as instituições de investigação científica e os centros de ensino superior.

É absolutamente intolerável a dispersão da atividade das instituições da Academia de Ciências, dos institutos de investigações de diversos setores e dos centros superiores de ensino. Esta dispersão e desconexão do trabalho impedem concentrar as forças da ciência para resolver os problemas científicos e técnicos mais importantes, originam um pernicioso paralelismo, acarretam o esbanjamento de meios e dificultam a aplicação dos progressos da ciência e da técnica na economia nacional.

É necessário mostrar uma preocupação infatigável pelo desenvolvimento da cultura socialista, impulsionar tenazmente a ciência soviética e elevar seu papel na solução das tarefas práticas da construção comunista. (Prolongados aplausos.)