Também reforçariam a ideia de que a busca de novos mercados pelas potências capitalistas centrais era o estopim de guerras cada vez mais mortíferas. Antes de reduzi-lo, a expansão do capital aumentava o risco de conflitos armados entre povos e nações. As previsões desses autores vieram a se confirmar de maneira dramática ao longo do século 20.

Afirmou Lenin:

“O capitalismo se transformou num sistema universal de opressão colonial e de asfixia financeira da imensa maioria da população do globo por um punhado de países “avançados”. E a partilha deste “saque” faz-se entre duas ou três aves de rapina, com importância mundial, armadas até os dentes, (…) que arrastam consigo toda a terra na sua guerra pela partilha de seu saque” (Lenin, 1979: 11).

Esse aspecto da expansão da modernidade capitalista pelo mundo colonial e semicolonial foi completamente desconsiderado por Berman.

Se, num futuro imediato, o fantasma de novas guerras mundiais parece afastado, as guerras regionais e as provocações imperialistas contra nações que se opõem aos ditames das grandes potências continuam presentes. Basta lembrarmos as guerras contra o Iraque, o Afeganistão e, agora, a Líbia.

O imperialismo de hoje, como aquele do começo do século, é sinônimo de guerras e de contrarrevoluções armadas. Num passado recente, muitos se encantaram pela aparência de um mundo unificado e pacífico sob a tutela da ONU e construíram teorias originais para louvar os tempos atuais nos quais a história teria chegado ao fim e com ela todas as suas mazelas: as ideologias, a luta de classes, as revoluções, as guerras e o marxismo, que seria justamente a autoconsciência deste mundo em permanente conflito.