A agência France Presse noticia que a República Cipriota, presidida pelo comunista Demetris Christofias, irá solicitar à Rússia um novo empréstimo que poderá oscilar entre os 3 mil e os 5 mil milhões de euros. Posteriormente, o Chipre irá ainda, segundo avança esta agência noticiosa, pedir um financiamento adicional à União Europeia (UE). Esta informação terá partido, segundo a France Presse, de um diplomata cipriota que terá solicitado o anonimato.

Na semana passada, Andreas Mavroyiannis, vice-ministro dos Assuntos Europeus cipriota, citado pela agência Lusa, terá admitido a hipótese de o Chipre recorrer a empréstimos bilaterais de países exteriores à União Europeia.

Até 30 de junho, véspera de assumir a presidência da UE, o Chipre terá que garantir uma verba mínima de 1,8 mil milhões de euros, o equivalente a 10% do seu PIB, de forma a permitir a recapitalização do banco Popular, o segundo maior do país, muito exposto à dívida grega.

Segundo a Bloomberg, Bruxelas tem vindo a pressionar o governo cipriota no sentido do mesmo oficializar um pedido de financiamento na ordem dos 10 mil milhões de euros (56% do PIB), no âmbito de um memorando com contornos similares aos que foram acordados com a Grécia, Irlanda e Portugal.

Esta hipótese não será, contudo, do interesse do executivo cipriota, que adianta que o problema está circunscrito ao sector bancário e que as suas necessidades orçamentais são asseguradas por empréstimos.

Um possível plano de finamento para o Chipre deverá ser discutido esta quinta feira na reunião do Eurogrupo.

Também segundo a Bloomberg, o vice-ministro das Finanças russo, Sergei Storchak, já terá afirmado que o seu país está disposto a emprestar mais dinheiro ao governo do Chipre, adiantando, no entanto, que, até à data, não foi formalizado qualquer pedido oficial. No ano passado, a Rússia emprestou 2,5 mil milhões de euros à República Cipriota.

Em março, as agências de notação Moody’s e Standard & Poor’s cortaram o rating da dívida cipriota para o estatuto de “especulativa” (vulgo “lixo financeiro”), o que desencadeou o pedido de demissão do ministro das finanças cipriota Kikis Kazamias. A 16 de março, o Chipre passou a ocupar o 2º lugar na lista dos 10 países com mais alta probabilidade de incumprimento da sua dívida num horizonte de cinco anos. Desde maio de 2011 que o Chipre não consegue emitir dívida junto dos mercados financeiros.

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Fonte: Esquerda.net