PALAVRA
PALAVRA
Essa boca, sua boca.
Repouso da palavra
Pousada do desejo.
A vida não é só isso ai fora!
É insustentável
A palavra da sua boca
Sem a poesia.
O que sustenta?
O seio, o meio do corpo.
A pele, o cerne, a vida.
É tua pele, o suor, o mar, o sal.
O ambiente.
Sustentável!
Saliva corrente do rio, seu riso.
Sua boca, morada de desejo,
Refúgio da palavra,
Palavra não dita
Maldita rocha
Contraste da vida
Insustentável.
De sua boca percola:
Saliva,desejo,palavra,
Tempestade ,pele, cerne, vida.
Tereza Lucia Avelar – nasceu em Belo Horizonte – é professora, sindicalista, comunista e mãe de um casal de filhos maravilhosos. Fez Geografia e Análise Ambiental.Escreve quando está feliz, quando a inquietude toma conta do corpo,quando sofre.Escreve também nas horas mais inusitadas,sem controle. Parece que as palavras acumulam e qualquer ação desencadeia o texto.Total descontrole.Depois vem a calmaria o poema nasceu! Tem compromisso com a felicidade, com a alegria de viver. Espera muito da vida e às vezes se aborrece com coisas que parecem ótimas para a maioria dos mortais, mas que para ela se apresenta como sinais de injustiça. A única coisa que não sabe ainda é lidar com as frustrações. Se irrita quando fica de cara com seus próprios limites.Limites das ações e das palavras.Gosta do ócio e se perde nos labirintos do prazer, todo prazer, qualquer prazer.