Solução da crise por meios diplomáticos corresponde aos interesses do povo sírio

O projeto apresentado ontem define a situação síria como “uma ameaça à paz e à segurança internacional”. O texto pede a tomada de ações conforme o 7º capítulo da Carta da ONU, exigindo que o governo sírio abandone, no prazo de dez dias, o uso de armas pesadas. Caso tal não se verifique, o projeto ameaça com a adoção de sanções contra o país asiático. Para a China, isto pressupõe uma intervenção militar na Síria. O documento contém exigências rigorosas apresentadas ao governo sírio, mas refere-se pouco às forças oposicionistas. O intuito não é pôr um fim à guerra, mas sim incentivar a resistência por parte dos opositores do governo. Caso fosse aprovado, o plano prejudicaria os trabalhos do enviado especial da ONU, Kofi Annan, interferiria com as forças envolvidas nos assuntos internos sírios e obrigaria à saída de Bashar Al-Assad e, consequentemente, a uma troca de liderança no país.

A crise síria arrasta-se há 16 meses, com uma escalada constante das situações de violência. A China tem sustentado, desde o início, que as diversas partes sírias devem pôr um fim aos conflitos e iniciar um diálogo inclusivo para resolver, por meios políticos, a crise. Desta forma, se evitaria o registro de vítimas, a redução dos prejuízos, e se impediria o alastramento da guerra a países vizinhos, além de permitir que a futura reconstrução nacional se apoie numa base sólida.

Uma solução política permitirá ao povo sírio decidir o destino do seu país, sem interferências alheias. Isso corresponde aos princípios de não-intervênção dos assuntos internos de outros países, estipulados pela Carta da ONU. A China não quer tomar partidos na Síria e respeita totalmente a decisão do povo do país.

Com esta posição, a China apoia os esforços de mediação efetuados pela ONU e as seis propostas apresentadas por Kofi Annan sobre o assunto. O governo chinês opõe-se à ajuda prestada por outros países às forças da oposição síria, ajuda essa que apenas fomenta o agravamento dos conflitos existentes.

Inúmeros exemplos mostram que as intervenções militares externas trazem prejuízos e problemas futuros para os países em conflitos. O que atende aos interesses do povo local é uma solução por meios diplomáticos.

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Fonte: Rádio Internacional da China