Outras organizações que participaram foram a Fundação Maurício Grabois, o PSOL, o PSUV, Movimento Consulta Popular, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), a União Brasileira de Mulheres (UBM), A União da Juventude Socialista (UJS), o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST); as organizações Tirem as Mãos da Venezuela, Japayke, Cebrapaz, Levante Popular da Juventude, Barão de Itararé; o Portal Vermelho, o Fórum de São Paulo, a Fepal, o Brasil de Fato, o Telesur, a Via Campesina e o Consulado da Venezuela em São Paulo. Durante o evento foi lido um manifesto para prestar “solidariedade e realizar atividades para difundir e alertar o mundo sobre o plano da direita”.

Ricardo “Alemão” Abreu, secretário de relações internacionais do PCdoB, ressaltou a importância de Chávez para o fortalecimento da integração solidária sul-americana. Com a recente entrada do país no Mercosul, setores da direita brasileira usaram os meios de comunicação contra a adesão e decretaram uma suposta morte do bloco econômico. “O que morreu foi o projeto de Mercosul que eles propunham. No entanto, nós dizemos viva o Mercosul”, disse.

A secretaria de relações internacionais do PT, Ioli Ilíada, explica que o objetivo é evitar que o concorrente de Chávez nas eleições venezuelanas, Henrique Caprilles Randonski, se apresente como um candidato ligado ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Até essas eleições anteriores, o alinhamento da oposição (de Chávez) com os Estados Unidos era muito claro. Só que existe na Venezuela, como existe em grande parte da América Latina, um sentimento contrário aos Estados Unidos. Por isso, a tática agora é pouco distinta. É não se apresentar como alguém vinculado aos Estados Unidos, mas como alguém vinculado a setores importantes do Brasil. O comitê pode ir desmontando essa articulação”, afirmou.

Segundo ela, a ideia surgiu no XVIII Encontro do Foro de São Paulo, recentemente realizado em Caracas, Venezuela. “Discutimos essa necessidade não só no caso venezuelano, mas no caso paraguaio também. Então isso tem mais a ver com articulação política do que com jogado de marketing. Isso eu posso te garantir”, lembrou.

Para Gilberto Maringoni, do Partido Socialismo e Liberdade (Psol), a esquerda brasileira tem duas frentes de batalha nos próximos meses: derrotar a direita no Brasil e contribuir para Chávez vencer as eleições na Venezuela. “A tarefa muito semelhante ao que passa Chávez é derrotar a direita aqui dentro. A maior solidariedade que podemos oferecer é derrotá-la”, disse Maringoni.
Caio Santiago, do Levante Popular da Juventude, disse que os jovens vão organizar um esculacho se Capriles vier ao Brasil. “A juventude não pode ficar alheia a essa disputa, já que é um dos setores mais afetados dentro do outro modelo proposto. Por isso, o papel da juventude em contribuir nas ações para levar o debate a toda população, com ações, agitação e propaganda”, defendeu.

“A mídia bate forte, apresenta o Chávez como inimigo do Brasil, e precisamos dizer à população que a vitória dele é também uma vitoria do povo brasileiro”, propôs Ismael Cardoso, da União da Juventude Socialista (UJS).

João Pedro Stedile, da Direção Nacional do MST, disse que o processo venezuelano é o centro da disputa dos projetos políticos em jogo no continente latino-americano. “Uma vitória do Chávez é uma vitoria de todo o povo latino-americano. Mas o contrário também é verdadeiro: uma derrota de Chávez seria uma derrota de todo o processo que está em curso nos últimos 12 anos na América Latina”, afirmou.

Valter Pomar, secretário-executivo do Foro de São Paulo, que reúne organizações de esquerda do continente, disse que as organizações progressistas precisam se empenhar para mobilizar a opinião pública contra o descrédito que constantemente é construído para prejudicar o projeto político de Chávez, organizar ações de solidariedade à Revolução Bolivariana e alertar a opinião pública sobre o plano posterior às eleições da direita para desmoralizar o processo eleitoral.
Carlos Ron, do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), agradeceu o apoio das organizações brasileiras. “O poder popular é que pode acabar com a pobreza, a exclusão, a desigualdade, cujo processo latino-americano em curso significa a alteração das relações de poder em favor da maioria”, afirmou.

A próxima reunião do comitê está marcada para o próximo dia 31 de julho, quando o próprio presidente venezuelano deve desembarcar em Brasília, por conta da entrada da Venezuela no Mercosul. Além de PCdoB e PT, a Central Única de Trabalhadores (CUT), o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e a União Nacional dos Estudantes (UNE) também fazem parte do grupo que irá coordenar as ações do comitê.