Neocolonialismo ocidental prepara invasão à Síria

Nicosía (República de Chipre) – Em nó cego que alimenta uma guerra civil evoluiu o imbróglio sírio, com as iniciativas diplomáticas e os encontros internacionais de toda espécie que foram realizados nos últimos dias deixando atrás um ambiente nublado. E após a derrubada pelo fogo antiaéreo sírio do caça-bombardeiro turco que havia invadido o espaço aéreo da Síria em missão de espionagem que resultou em uma tímida, para expectativas dos EUA e de seus aliados neocolonialistas, reunião da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), os conchavos diplomáticos, destinados a definir as fatias da próxima divisão do butim da Síria, foram intensificados.

O primeiro objetivo de todas as “consultas”, que já é citado, abertamente, em qualquer declaração pública, é a criação de asfixiante pressão sobre a Rússia e a China para modificarem sua oposição a uma invasão militar na Síria de acordo com o modelo da Líbia.

O duro jogo diplomático já é registrado em qualquer oportunidade, mas a asfixiante pressão está rendendo, por enquanto, comunicados menos atrevidos. A última reunião emergencial dos ministros de Relações Exteriores dos países-membros do Conselho de Segurança da ONU, realizada com a participação de representantes dos países-membros (neocolonialistas) da União Européia (UE), assim como do Mundo Árabe, incluindo o (ex-invadido) Iraque, encerrou-se com um comunicado, o qual, mencionava que “o governo de transição terá como objetivo o fim da violência na Síria com passos firmes e irreversíveis nesta direção e com específico cronograma”. Caracteristicamente, o comunicado prevê a participação no governo de transição, também, de membros do atual governo de Bashar El-Assad.

Fornecimento de armas

Além das sucessivas ameaças da secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, também Kofi Annan, “enviado especial da ONU e da Liga dos Estados Árabes, em exercício”, sem perda de tempo advertiu que “a Síria enfrentará uma cada vez mais intensa guerra civil, além de um conflito fora de limites, se a Rússia, o Ocidente e a Liga dos Estados Árabes não cessarem seu catastrófico antagonismo, a fim de decretarem um cessar-fogo e inaugurarem um processo político que, de acordo com a oposição síria, deverá incluir a saída de Bashar El-Assad da presidência do país”.

Mas, além das quedas de braço diplomáticas, a política não cessa de ser adotada no campo e ali nenhum dos “pacificadores” mostra-se disposto a abandonar a defesa de seus interesses. A Arábia Saudita e o Catar, apavorados com a possibilidade de serem contaminados pela Primavera Síria, continuam armando e financiando o Exército Sírio Livre, enquanto os EUA declaram que “cederão sua ajuda na questão das comunicações e com meios não letais”, apesar do fato que, a exemplo da Turquia, considera-se que “colaboram na coordenação do transporte de armas”, enquanto a Rússia continua apoiando o regime de Assad com ajuda militar.

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Fonte: Monitor Mercantil