Entrementes São Luis se comporta de maneira inerte sobre a ótica do desenvolvimento econômico. Estagnação econômica, desaquecimento industrial, serviços e comércio. Além do mais, não difere da atual quadra histórica do país, abissais problemas de mobilidade urbana, habitação, saúde e etc.

Em São Luis ainda há milhares de pessoas em extrema pobreza, homens comuns, que estão famintos, que ficam comovidos quando sabem que seus filhos choram e suas esposas lamentam ruidosamente para comer. Nosso otimismo revolucionário sempre foi sustentado por esta visão realista da realidade concreta, que deve, inexoravelmente, ser levada em conta. 

São Luis não pode ser levado á débâcle para Idade média.

Hoje homens e mulheres de São Luis pagam pela inaptidão e pela cegueira dos outros. Atual gestão perdeu força em sua capacidade de formulação de estratégias de desenvolvimento interno, não por incompetência ou despreparo, mas em função das determinações do modelo político hegemônico. O governo municipal, mais do que no passado, deverá assumir o papel de principal indutor do crescimento econômico, em uma perspectiva claramente comprometida com o desenvolvimento equitativo Ludovicence. Como Geógrafos, sabemos que não há receita de bolo para tais dilemas. Entrementes, os conhecidos e terríveis problemas da nossa cidade precisam ser entendidos como partes fundamentais de uma questão nacional.

É mister um Projeto de Desenvolvimento de envergadura de “Grande Metrópole”. Concomitante de um novo modal de governança municipal exercido pelo poder público e pelos atores sociais reconfigurando os mecanismos e os processos de tomada de decisões, o que faz emergir um novo regime de ação pública, descentralizado, no qual são criadas novas formas de interação entre prefeitura e sociedade.

Para exercer esse papel a prefeitura precisa de planejamento e gestão com capacidade para resolver tecnicamente os problemas recorrentes, competindo-lhe, sobretudo garantir a eficácia das políticas públicas que estarão sob sua responsabilidade, não sendo possível cumprir esse papel estratégico adotando um sistema de gestão pública centralizada e hipertrofiada, como tem sido a marca das experiências passadas, que resultaram na perda de confiança da população de São Luis na capacidade dos governos de administrarem os graves problemas sociais e econômicos que imperam na capital.

Cremos que a principal novidade está na capacidade do governo PM/SLZ de continuar repetindo uma fórmula que permanece infalível, mesmo quando todos supunham já exaurida, que é apresentar o velho e desbotado como algo acabado de nascer. Partem de uma idealização política próxima da metafísica, ou seja, do irreal e abstrato com muitos alienigenismos.

Além do mais, são evidentes os sinais de que os grupos de interesse dominantes da política ludovicense investem cada vez mais fortemente na cooptação de atores sociais, partidos políticos e entidades da sociedade civil e dos movimentos sociais, ampliando assim o seu leque de alianças e o seu campo de dominação.

A oposição tradicional precisa ir além das corriqueiras práticas de “fulanização e satanização “dos grupos dominantes do governo municipal. Nem tudo se resolve definindo o campo de luta política pela oposição do bem contra o mal. Em outubro deste ano teremos a oportunidade de eleger uma nova administração em São Luis nos seus 400 anos.O desafio do próximo prefeito é olhar São Luis como cidade nacional, inter-metropolizada, integrada na rede urbana mundial, de progresso, de inovação e futuro.

Fazer uma gestão com paradigmas de governança democrática, lastreada por 3 fundamentos essenciais: 1°.maior responsabilidade do governo municipal em relação às políticas sociais e às demandas dos seus cidadãos; 2°.o reconhecimento de direitos sociais a todos os cidadãos e 3°. a abertura de canais para a ampla participação cívica da sociedade. É mister um trabalho de base voltado à recuperação do papel da prefeitura como promotor, mediador e indutor do desenvolvimento da cidade, a despeito das ambigüidades internas e da necessidade de novos consensos.

É preciso gestar a possibilidade de uma nova governança voltada à priorização do desenvolvimento equitativo, a partir de uma agenda estratégica de planejamento público. E como intervenção física, não precisamos ir muito longe para percebermos que a melhoria da qualidade de vida da cidade de São Luis depende de milhões de reais em investimentos no transporte coletivo e massas: faixas exclusivas para ônibus, novos e modernos ônibus, saneamento básico, água, luz, asfaltamento e mesmo a usando as políticas públicas para a área de cultura como um start para a formação de uma indústria, com cadeias produtivas próprias, da cultura, estimulo a economia criativa.” Programas massivos de habitação, túneis, pontes, viadutos, viabilização do uso e ocupação adequados do solo,  de fontes limpas de energia no transporte público etc. Nada disso pode ocorrer em pequena escala.A grande escala é a garantia encomendas em empresas localizadas na cidade e no Brasil”. Questão de investimento. É quem vai financiar? Segundo Marx cada capital tem que ter sua fonte ou banco de investimento, ou seja, São Luis precisa de bancos de investimentos próprios.

Num teatro de prioridades está na criação de um amplo ambiente para o investimento privado e o surgimento de pequenas e médias empresas capazes de absorver grande parte da mão-de-obra ociosa. É chegada a hora da iniciativa privada tomar seu lugar de fato na cidade.  Uma São Luis “desideologizada”. Uma grande cidade capitalista tem na iniciativa privada seu elo com características de principalidade, algo que demanda visão estratégica. Um sistema financeiro em São Luis deveria servir de base, além dos grandes bancos públicos e privados, a uma maior participação da iniciativa privada em grandes empreendimentos nas áreas de transporte, energia e saneamento básico. A formação de conglomerados privados para a execução de grandes obras públicas seria o grande fôlego tanto para a formação de capital, quanto numa grande política para geração de emprego, renda e inclusão social. E adoção plena de concessão de serviços públicos para empresas privadas nacionais e da articulação de Parcerias Público-Privadas (PPP`s) no processo de planejamento e execução.


Nada disso supracitado será suficiente se São Luis não tiver dentro de um Novo Projeto de Nação e também todo o estado do Maranhão. Como dizia o intelectual outsider Ignácio Rangel, “é preciso agir depois de pensar” e “pensar grande”.

A Quadra histórica representada por 2012 e 2014 é decisiva para mudarmos. O Maranhão e São Luis precisam e anseiam por um novo momento histórico e Edivaldo Holanda Junior em 2012 e Flávio Dino em 2014, representam a renovação e mudança a partir de um projeto, inclusivo, com justiça social e de desenvolvimento para São Luis e o estado do maranhão. Por isso Edivaldo Holanda Junior e Flávio Dino têm nosso voto e apoio, eles e São Luis não têm medo de se mesmos. 


* Roberto César Cunha e Leonardo Cordeiro são geógrafos