Editora Anita Garibaldi lança poema de Maiakovski em homenagem a Lênin
Durante o lançamento, haverá uma apresentação da obra, que é inédita no Brasil e foi traduzida diretamente do russo. Esse breve debate terá a participação da doutora em Educação, Zoia Prestes, responsável pela tradução do poema; da artista plástica e bacharel em Letras, Mazé Leite, que é autora do projeto gráfico e das ilustrações do livro; e do escritor e doutor em Literatura Comparada, Jeosafá Fernandez Gonçalves.
Na ocasião, a atriz Ana Petta fará a leitura de trechos do poema de Maiakóvski e, em seguida, haverá um coquetel.
O poema Vladimir Ilitch Lênin foi escrito em 1924, ainda sob o impacto da morte do revolucionário russo, em 21 de janeiro daquele ano. A obra é uma ode à Revolução Socialista de Outubro, ao legado de Lênin e ao Partido Comunista russo.
O Espaço Revista Cult fica na Rua Inácio Pereira da Rocha, nº 400, no Bairro dos Pinheiros.
Veja abaixo o release do livro e aqui a apresentação da obra, escrita pelo jornalista e poeta Adalberto Monteiro, presidente da Fundação Maurício Grabois e editor da revista Princípios.
Um poema de Maiakovski em homenagem a Lênin
Inédita no Brasil, obra escrita pelo poeta da revolução e traduzida direto do Russo, por Zoia Prestes, presta homenagem a Lênin.
A editora Anita Garibaldi e a Fundação Maurício Grabois lançam o livro-poema Vladimir Ilitch Lênin. Escrito por Vladimir Maiakovski, em 1924, ainda sob o impacto da morte de Lênin, falecido em 21 de janeiro daquele ano, esta obra é um canto forte e flamejante, uma ode à Revolução Socialista de Outubro, ao legado de Lênin e ao Partido Comunista russo. Traduzido direto do Russo por Zoia Prestes, a publicação integral deste poema, no Brasil, é inédita. Só alguns trechos já tinham sido traduzidos por E. Carrera Guerra e publicados no livro Maiakovski – antologia poética.
Neste poema, o talento de Maiakovski foi forçado ao limite, pois a Rússia soviética era para ele “a musa das musas” e Lenin representava a personificação dessa vitória inaugural dos trabalhadores. Em sua autobiografia, Maiakovski reconhece: “(…) Eu tinha muito medo desse poema, era tão fácil descer a paráfrase política. A receptividade do auditório operário me alegrou e me reforçou a certeza da necessidade do poema”.
Para Adalberto Monteiro, jornalista, poeta e presidente da Fundação Maurício Grabois, “Maiakovski talvez fosse o único escritor soviético de sua geração cuja trajetória e singularidades conferiam credenciais suficientes para escrever esta homenagem. Ele usou toda a densa poesia, a cultura política e filosófica, e a condição de quem participou diretamente das barricadas que levaram Outubro à vitória.” Esta edição da Anita Garibaldi é em capa dura e o miolo em papel couchê. O projeto gráfico a diagramação e as ilustrações são da artista plástica e designer Mazé Leite.
A tradução
Como lembrou Adalberto Monteiro na apresentação desta obra, Maiakovski disse, certa vez, que “traduzir poemas é tarefa difícil, especialmente os meus”. Zoia Prestes concorda com o poeta da revolução e diz que traduzir o poema Vladimir Ilitch Lenin “não foi fácil, mas foi emocionante e um trabalho gratificante.” Esta é sua primeira experiência em traduzir Maiakovski e espera que não seja a última, pois “tenho uma paixão muito grande por sua obra e por sua pessoa. Uma paixão que teve início ainda na adolescência, quando conheci seus poemas e sua biografia.”
Zoia Prestes também traduziu a biografia Maiakovski: o Poeta da Revolução (Ed. Record), de Aleksandr Mikhailov. Sobre o trabalho de tradução em geral, Zoia Prestes, que atualmente estuda e traduz a obra de L. S. Vigotski, acrescenta: “De nada adianta a técnica, se o tradutor não assumir o compromisso ético diante do autor da obra original. E esse compromisso não deve anular a tarefa do tradutor, que também cria com base em suas experiências, mas ele deve primordialmente exercer o papel de suporte da alteridade do autor, para que a sua ausência se presentifique no texto traduzido.”
Vladimir Maiakovski (1893-1930), além de poeta, era pintor, ator de teatro e cinema, roteirista, publicitário e dramaturgo. Colocou toda a capacidade e diversidade de talentos, como um operário, em prol da construção da nova sociedade. Aderiu ao Partido socialdemocrata (bolchevique) em 1908, com 15 anos de idade, e aos dezesseis ficou preso por 11 meses.
Participou diretamente da insurreição, depois da conquista do poder, em 1917, e logo se engajou no Comitê dos artistas. Em 1918, entra para a Rosta, uma agência pioneira de propaganda do Estado operário. Eram os anos da guerra civil, da fome e da intervenção estrangeira. Nessa época, cria mais de 400 cartazes e escreve 1.600 legendas poéticas, um tipo especial de propaganda cujo objetivo era alimentar o ânimo dos soldados do Exército Vermelho. Haroldo de Campos dizia que Maiakovski foi “o maior poeta russo contemporâneo e um dos inventores da poesia moderna”.
Zoia Prestes é filha de pais comunistas (Luiz Carlos Prestes e Maria Prestes) e viveu exilada de 1970 a 1985 em Moscou, capital da então União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), onde se formou em pedagogia e psicologia pré-escolar pela Universidade Estatal de Pedagogia de Moscou. Na mesma instituição obteve o título de Mestre em Educação e em 2010, obteve o título de Doutora em Educação pela Universidade de Brasília. Tradutora de diversas obras da literatura russa para o português, atualmente, dedica-se à tradução das obras de L. S. Vigotski.
Professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense (UFF), desenvolve pesquisas nas áreas da pedagogia e da psicologia, com base na teoria histórico-cultural soviética e russa.
Serviço:
Poema – Vladimir Ilitch Lenin
Vladimir Maiakovski
Tradução de Zoia Prestes
Capa, projeto gráfico e ilustrações de Mazé Leite
234 pp. / 22,5 X 22,5 cm / ISBN: 978-85-7277-109-2 / R$ 80,00
Editora Anita Garibaldi
Tel.: (11) 3129-3438 / http://www.anitagaribaldi.com.br/
Fonte: Pravda.Ru