O SR. MAURÍCIO GRABOIS – Sr. Presidente, a data transcorrida a 29 do mês passado é, sem dúvida, uma das grandes efemérides na história da humanidade: assinalou o primeiro aniversário da República Popular Federativa da Iugoslávia.

O povo desta nação, que durante a ocupação estrangeira do seu território, lutou contra os seus inimigos, conseguiu estabelecer um regime de acordo com as grandes conquistas obtidas em tenaz combate pela sua libertação contra o opressor nazista.

O povo iugoslavo deu um exemplo ao mundo de como se pode lutar contra a opressão e a tirania e de como, uma vez terminada a guerra, expulso os invasores da pátria, estabelecer um regime verdadeiramente democrático. Isto acontece, Senhor Presidente, porque o povo iugoslavo soube se organizar durante a luta, soube escolher seus legítimos líderes, homens que o conduziram, durante a guerra contra o nazismo, de maneira conseqüente, e, na paz, estão construindo uma nova democracia.

Sr. Presidente, quando as hordas hitleristas invadiram a Iugoslávia, dominava aquele país uma camarilha reacionária, de elementos militaristas, que, em vez de mobilizar o povo contra o fascismo, capitulava perante o inimigo. Isto explica por que, em poucas semanas, foi possível aos exércitos sanguinários de Hitler dominar a gloriosa Iugoslávia. Assim, vimos que em poucos dias Belgrado, Zagreb e outra cidades principais da Iugoslávia eram reduzidas a ruínas.

Quero, neste momento, em que prestamos homenagem ao povo iugoslavo, rememorar a luta que os antifascistas iugoslavos realizaram, porque grande foi sua contribuição para a derrota do nazismo.

Quando o exército italiano de Mussolini capitulou, havia na Iugoslávia, cerca de vinte divisões italianas. O próprio exército alemão tinha mais efetivos militares na Iugoslávia do que na própria Itália, onde, combatia os exércitos aliados.

Isso mostra a grande contribuição dada pelo povo iugoslavo na luta pela derrota do nazismo. E quero ressaltar que o exército popular da Iugoslávia foi forjado durante a própria luta, durante os combates de guerrilhas, formado por homens que saiam do seio do povo, do meio dos trabalhadores, chegando a constituir um corpo de cerca de cinquenta mil soldados. Foram realizadas aproximadamente sete derrotas. Isto sucede, Sr. Presidente, porque o povo iugoslavo estava defendendo uma causa justa.

Todos os generais traidores que se colocaram ao lado do nazismo, pensando que o fascismo seria vitorioso no mundo, acabaram desmascarados perante o povo. E os legítimos representantes da Iugoslávia podem hoje estruturar a nova democracia que atualmente presenciamos.

Ao comemorarmos o primeiro aniversário da República Popular Federativa da Iugoslávia, temos de constatar o regime democrático lá estruturado, em que o povo assumiu a direção dos seus próprios destinos, em que foram resolvidos os problemas fundamentais das nacionalidades que constituem a gloriosa nação iugoslava. Por outro lado, conseguiu, através dos meios constitucionais, reforma o organismo econômico do país, por meio de uma reforma agrária, da nacionalização das principais indústrias do país, do controle da inflação, da estabilização da moeda, de medidas de incentivo da produção.

Em nome, pois, da bancada do Partido Comunista, partido que é a expressão do proletariado dentro desta Câmara, saudamos o glorioso povo iugoslavo, que tendo á frente seu heróico operariado, este, por sua vez, tendo à frente um dos maiores líderes da humanidade, o Marechal Tito, pode hoje dar um exemplo ao mundo de como liquidar os remanescentes do fascismo e estruturar uma verdadeira democracia.

São os votos que fazemos pela felicidade do povo iugoslavo, desejando que a democracia que lá se estabeleceu sirva de exemplo para os demais povos do mundo inteiro. (Muito bem, muito bem. Palmas).