A luta social da Palestina Ocupada foi tema de debate promovido pela Fundação Mauricio Grabois, em conjunto com o Foro de São Paulo e a Fundação Perseu Abramo, durante o Fórum Social Mundial Palestina Livre. A atividade aconteceu no dia 30/11, no auditório do Cpers, em Porto Alegre.

Representante dos Comitês de Resistência Popular da Palestina, Abdallah Aburahne fez um relato da realidade enfrentada por várias aldeias envolvidas em lutas contra o muro do apartheid, a limpeza étnica e vários aspectos da ocupação israelense. “Não queremos ser agressivos com Israel. Somos contra Israel porque somos contra a ocupação. Queremos nossa terra”, afirmou o ativista. A postura bélica do estado sionista não se limita a granadas ou mísseis. Muitos líderes dos comitês de luta popular e um grande número de jovens já foram presos. Abdallah conta que 40 ativistas já foram assassinados e que ele mesmo havia sido recentemente atropelado por um colono israelense. “Eles matam nossas lideranças e suas famílias. Tentaram impedir a vinda de nosso grupo ao Fórum. Certamente todos ficarão presos por horas quando retornarmos”, contou. 

Representando a FMG, a vereadora eleita de Porto Alegre Jussara Cony ressaltou que a vitória na ONU foi simbólica, pois representou a derrota da diplomacia estadunidense e israelense. Como destacou Ricardo Abreu, no mesmo momento que a ONU aprovava a resolução, em Porto Alegre os movimentos sociais e os partidos políticos estavam na rua, numa marcha com mais de 15 mil pessoas apoiando a mesma causa.  “Porto Alegre representou o apoio dos movimentos sociais e partidos políticos e Nova Iorque o apoio dos estados nacionais a criação do estado da Palestina”, afirmou.

Além da promoção de debates, como o próprio FSM Palestina Livre, foram propostas ações como pressão popular sobre os governos para que tomem posições favoráveis à causa e a criação de um movimento internacional de apoio. “A resistência do povo palestino, junto com solidariedade dos povos, garantirá o Estado livre e soberano do povo palestino, passo imprescindível para a paz no Oriente Médio e um dever da humanidade, disse Jussara. Ela também defendeu a criação de comitês pela Palestina Livre em todos os estados e países. ”Temos que envolver os países, cobrar posições”. Secretário de Relações Internacionais da CUT, João Felício declarou que a solidariedade para com o povo palestino deve ir além das notas de repúdio. “Precisamos desenvolver parcerias, criar ações concretas”, defendeu o sindicalista.