A recepção aos gestores públicos do PCdoB, que se reúnem hoje e amanhã, 26 e 27 de janeiro, em Brasília, no Encontro Nacional de Prefeitos e Vice-Prefeitos do PCdoB, ficou sob a responsabilidade do Presidente da Fundação Maurício Grabois (FMG), Adalberto Monteiro que explicou os objetivos do evento e o papel que a entidade vem desempenhando, de elaboração de ideias, formação de quadros e sistematização da memória do Partido Comunista do Brasil.

Monteiro ainda aproveitou sua fala para posicionar-se frente a postura da oposição e da grande mídia, ao criticarem a presidenta por ocupar a cadeia nacional para divulgar os projetos do Governo. “A imprensa é concessão pública e é legítimo que a principal governante do país se utilize desse expediente legal”, rebateu Adalberto Monteiro.

A representativa mesa de abertura do Encontro, coordenada por Monteiro, contou com a presença de Flávio Dino, presidente da Embratur; Haroldo Lima, ex-diretor da Agência Nacional do Petróleo; Renildo Calheiros, prefeito de Olinda; Nádia Campeão, vice-prefeita de São Paulo; Aldo Rebelo, ministro do Esporte; Inácio Arruda, líder da bancada do PCdoB no Senado e Renato Rebelo, presidente nacional do PCdoB.

O presidente da Embratur, Flávio Dino foi o primeiro a se manifestar, tratando da importância de sistematizar as experiências comunistas nos espaços institucionais. Para ele, força e coragem devem ser os motores dos comunistas para ser administrar as cidades e fazer um governo popular, para aqueles que mais precisam dos serviços públicos, com inclusão social, honestidade e transparência.

Haroldo Lima, ex-presidente da Agência Nacional do Petróleo – ANP, fez um histórico sobre o crescimento do controle do governo sobre os Royalties do petróleo, que ocasionou numa significativa ampliação dos recursos, passando da ordem de 190 milhões, em 1997, para 17 bilhões, em 2007. Segundo Lima, este crescimento representa maior distribuição de recursos para os municípios e a consequente disputa por eles.

O líder da bancada comunista no Senado, Inácio Arruda colocou a bancada a disposição dos prefeitos, com o objetivo de contribuir para fazer gestões que respondam as necessidades do povo de qualquer que seja o município.

Já o ministro do Esporte, Aldo Rebelo disse que a realização das Olimpíadas, a Copa das Confederações e a Copa do Mundo são eventos que fazem parte da agenda do esporte e do Governo e que levam a marca dos comunistas que dirigem o Ministério desde a sua criação. “O êxito destes eventos não será do governo, mas do povo brasileiro. O Brasil tem a oportunidade de construir um legado que, segundo dados, pode ser a geração de 3,6 milhões de postos de trabalho, o aumento de 0,2% do PIB até 2019, além de expressivos investimentos na infraestrutura do país”, assegura o Ministro.

Destacando a presença das mulheres na política e a contribuição do PCdoB que disputou importantes capitais com mulheres à frente de chapas majoritárias, Nádia Campeão, vice-prefeita de São Paulo, a maior cidade brasileira, mostrou entusiasmo com a nova tarefa e disse que os comunistas saberão enfrentar os imensos desafios de administrar as cidades, com criatividade. Lembrou que a presidenta Dilma tem destacado a existência de recursos, mas que os municípios carecem de ajuda para elaboração de projetos. Nádia Campeão ainda sublinhou a importância da realização de Conferências que permitam a interação entre administrações e população.

Com uma fala bastante viva, o prefeito de Olinda, Renildo Calheiros, tratou de temas do cotidiano das prefeituras. Renildo, que foi reeleito prefeito, também já foi Secretário de Governo durante o mandato da prefeita Luciana Santos. Por isso, disse que embora haja um certo desespero diante da situação das prefeituras, diz que o desafio tem que ser visto com alegria, pois o povo confiou-lhes a responsabilidade de administrar sua cidade.

Calheiros destacou diversos temas de preocupação generalizada entre os prefeitos, entre eles a falta de investimentos em infraestrutura, saneamento básico, saúde e relativos ao pagamento dos servidores. Renildo também falou da importância de que as prefeituras tenham equipes preparadas para a elaboração de projetos.

Com um breve histórico acerca da conjuntura que ocasionou a atual crise urbana vivida pelas cidades brasileira, o presidente do PCdoB, Renato Rabelo, iniciou sua manifestação. Ele lembrou que, a partir da década de 30 e posteriormente entre os anos 60 e 80, a migração das populações campesinas para os centros urbanos, sem reforma agrária, ocasionou a favelização, que impulsionada pelo neoliberalismo, nos anos 90, agravou exacerbadamente a crise urbana.

Foto: Richard SilvaCom essa compreensão, o presidente comunista disse que a solução destas questões passa pelo desenvolvimento do Brasil, pois não há como solucionar os graves problemas das cidades no âmbito local.

“A marca dos governos municipais do PCdoB deve ser do desenvolvimento, a democracia participativa com instrumentos como o Orçamento Participativo, a criação dos Conselhos de Desenvolvimento Econômico e Social”, destacou Rabelo. Garantiu que o Encontro é o primeiro passou para buscar maior interação política entre a direção do Partido e os Gestores. “O PCdoB se empenhará para a solução da crise urbana” finalizou o Renato Rabelo.


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