Equador: a apaixonante Revolução Cidadã
O crescimento dos investimentos públicos, a redução significativa da pobreza, a queda do desemprego (4,6%) e a ampliação dos direitos são componentes decisivos para a alta popularidade do presidente, que exclui somente – e obviamente – os especuladores, fortemente atingidos pela renegociação soberana da dívida externa, pela política de derrubada dos juros e ampliação do crédito. Os setores produtivos, como o de exportação de flores, por exemplo, comemora um crescimento de 13%.
Manifestando sua felicidade por poder enviar uma mensagem ao presidente Rafael Correa, a empregada privada Miriam Taco ressalta que votará “com o coração e a consciência”. “As pessoas ‘endinheiradas’, chamando as coisas por seu nome, não gostam de Correa, pois ele os faz pagarem seus impostos. Rafael é do povo. Ele deu a mão para nós, o povo pobre do Equador, e tem dado muitos benefícios à classe média. É por isso que ele tem tanto apoio, e eu sou uma delas”.
Para o motorista de táxi Paulo Alexandre Torres, as eleições já estão definidas porque a população reconhece os êxitos obtidos. “Além de estar se desenvolvendo bastante nos últimos anos, graças à qualificação e ao preparo do presidente Correa, o Equador é hoje um dos países mais estáveis do mundo. Faço minha pesquisa aqui em Quito e, apesar de passageiros de taxi geralmente terem uma boa condição econômica, a cada 10 passageiros, oito votam em Correa. Quem fala isso é um humilde taxista, mas que roda muito e conhece as ruas e as pessoas”, frisou.
Taxista do aeroporto internacional, Luiz Gonzalo discorda: “Correa tem dado muito emprego para os cubanos, médicos e professores. Todo dia desembarcam aviões lotados. Devemos ter uns dois milhões de cubanos neste momento no Equador”. O absurdo da declaração reproduz o discurso preconceituoso e manipulador dos grandes conglomerados de comunicação contra a solidariedade e a integração latino-americana e caribenha, um dos princípios da Revolução Cidadã. Afinal, como grande parte das pessoas reconhece, foi graças às brigadas médicas cubanas que o Equador conseguiu mapear cada um dos seus “discapacitados”, pessoas portadoras de deficiência que passaram a receber apoio financeiro e ajuda individual do Estado. Não por acaso, o feito é um dos carros-chefes da admiração popular.
A jovem professora de inglês Marta Freyre também avalia positivamente o processo de mudanças: “São muitas as melhorias, como as estradas e os avanços na educação. Há muitos projetos, porém nem sempre a Assembleia os apoia. Nestas eleições há muita expectativa de que Correa seja reeleito e que dê continuidade a seu programa”.
No Equador, os estrangeiros residentes há mais de cinco anos têm direito ao voto, que para eles é facultativo. Mas para o venezuelano “chavista” José Luiz, este é mais do que um compromisso. “Vivo há 5 anos no país e considero muito bonito este processo, pelo qual também passou a Venezuela. Hoje estou militando com os companheiros do Alianza Pais, com Rafael Correa, porque creio que estes são os líderes que necessitamos na América Latina e que estão tornando possível o projeto bolivariano de integração”.
Para Luis Landerta, também militante do Alianza Pais, “a oposição faz uma campanha suja, enquanto a nossa é de alegria. Na verdade, não se trata apenas de uma campanha, mas de uma mudança profunda pela qual nossas famílias vêm passando. Vivemos esta realidade, então apoiamos este processo de Revolução Cidadã”. “Apesar dos que tentam nos desinformar e manterem-se no poder, a maioria do povo respalda o presidente e está junto da Revolução Cidadã. Vamos defendê-la porque é nossa”.
Mais do que em flores, o governo Correa tem apostado na primavera de mudanças para armar politica e ideologicamente o continente contra o retrocesso neoliberal. “Aqui já não mandam os banqueiros, a burguesia, os meios de comunicação, os organismos internacionais, os gringos”, afirmou Correa ao jornal El Telégrafo, na última quarta-feira (13). Sobre os próximos passos se for reeleito, Correa citou o texto constitucional – aprovado após longa batalha contra a direita privatista e entreguista: “Os setores estratégicos devem estar basicamente nas mãos do Estado, a economia popular e solidária, porém também há espaço para a economia moderna. É o que diz a Constituição”.
Fonte: ComunicaSul